domingo, dezembro 30, 2012

Bye Bye, 12.

Mais um ano que acaba.
Não sei porque, mas 2012 não é um ano que me vá ficar na memória, foi desenxabido. Acho que não é um ano que valha a pena recordar. A única paixão que tive acabou duma forma no mínimo surreal e de uma forma atroz, foi um ano em que dei cada vez mais valor ás pessoas que estão à minha volta, os amigos aproximaram-se ainda mais, tenho o meu grupo, meus amigos, meus irmãos, cada vez mais selecto, cada vez mais a parecer a família adoptiva, amigos que são irmãos, primos e tudo o que se possa desejar. Talvez 2012 fique a ser o ano da afirmação profissional, em que fui promovido, e o ano em que a minha vida se orientou nesse sentido, fiz o suficiente para subir na minha carreira, estou a trabalhar para continuar a subir, e para ser cada vez mais aquilo que tenho de ser, um ser humano com responsabilidades sociais e profissionais acima da média.

Para 2012 não desejo muito, não há muito que possa desejar sinceramente. Quero continuar a ser um profissional exemplar, da maneira como fui educado, e continuar a escalar a montanha da minha vida, para me superar a cada dia que passa. 

As minhas 12 passas, só tem um único desejo acorrentado. 
Quero ser feliz, mais do que fui este ano. Sei que soa sempre a cliché, "Que este ano que passou seja o pior das nossas vidas", "Que o próximo ano seja muitas vezes melhor que este", "Que a felicidade nunca acabe", "Blá blá blá, blá blá, blá.". Mas é o que eu quero. Quero encontrar alguém que me faça chorar, desta vez de felicidade, lágrimas negras já ando farta de as tirar do meu corpo. Quero alguém que me faça dizer a palavra proibida. Quero alguém que não me obrigue a ouvir musica deprimente e comer porcarias. Quero alguém que trate de mim, verdadeiramente, como se eu fosse uma bola de cristal, com milímetros de espessura, e que dentro dessa bola de cristal exista uma flor que se destrói ao toque. O meu coração é assim frágil, não tenho meios termos, dou tudo e quero tudo em troca. Não há assim-assim, há o sim, ou o não. E este ano quero SIM, SIM, SIM. 
E o melhor de tudo, é que finalmente me sinto pronto para dar tudo a alguém outra vez.

segunda-feira, dezembro 17, 2012

"Elogio ao amor" de Miguel Esteves Cardoso


Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."


quinta-feira, dezembro 06, 2012

Lá fora, está escuro como se o universo se tivesse transportado para a superfície da terra, o vento é frio e enregela-me as costas duma maneira cortante, que faz com que eu não sinta nada. A chuva não para de cair, é como se estivesse a corresponder a um desejo de tristeza da minha parte, a um súbito e recorrente trejeito de melancolia, que se encontra embrenhada nas profundezas da minha personalidade e da maneira como cresci e do que me tornei. Sou um ser fechado, a quem custa arrancar sentimentos, e que só faço questão de os dizer se não houver mais nenhuma maneira de contornar essas perguntas.
Simplesmente, ha dias em que queremos que o Inverno seja eterno, que deixe de ser uma simples estação e se torne num modo de vida, que as pessoas se tornem mais frias, mais directas e frontais, e que nos digam o que pensam de nós, sem que haja um mínimo de caridade, tornaria o mundo mais simples por vezes, acabava-se a inquietude e a angústia de saber o que querem de nós, o que fazemos em termos de sermos indiferentes ou não.
Sou um tipo absolutamente normal, fisicamente razoável, sem beleza aparente, e apenas com uma personalidade que espero que achem melhor que a parte física combinada,e custa-me que me vejam como algo inatingível, como alguém que é snob, que não fala com pessoas feias, ou gordas, ou que escolhe as suas amizades e as suas companhias através da beleza exterior. 
Não faltava a confiança que falta em tudo o que faço nos últimos tempos, que me faz sentir basicamente como um inútil e um fardo para todos os que tem de levar comigo. E agora isto.

quinta-feira, novembro 29, 2012

Sou um ser defeituoso, só me ponho a dar valor às pessoas que realmente interessam quando já fiz algo que as magoei, e isto não acontecem apenas uma vez na minha vida, aconteceu mais do que isso, o que me leva a pensar que enquanto ser humano tenho muito a evoluir e muito a crescer, e espero conseguir-lo fazer todos os dias para o resto da minha vida, ser merecedor do respeito e da confiança que algumas pessoas me dão. Gostava de viver mais seguro, mais seguro do que realmente sou, não ter a sensação que caminho em gelo fino em relação à identificação que tenho comigo mesmo, em relação à minha personalidade e ao tamanho da minha bondade.
E vejo-te a ti A., como talvez o maior exemplo de uma pessoa que magoei sem ter a minima noção na altura. Hoje vejo que o que fiz contigo foi um pouco mais que indecente, fui um ser humano indecente, talvez ainda o seja hoje, estou a muitos anos luz de me tornar naquilo que quero ser. Foste talvez das pessoas que mais gostou de mim até hoje, e hoje sei que tínhamos além da química óbvia que eu sabia que tínhamos, havia muito mais do que isso, mais do que algo físico havia uma conexão profunda. Foste a primeira pessoa a quem me consegui abrir do meu passado, a quem confessei as minhas fraquezas, os meus grandes erros e os meus grandes defeitos, e apesar disso nunca desististe de mim no tempo em que falamos, davas-me coragem para ir mais longe, e dizias que tinhas orgulho em mim, e do que eu era capaz de fazer, mesmo que eu não fosse a pessoa mais talentosa do mundo, e dizias que era o homem mais bonito do mundo. E eu olho para mim hoje e penso "Só podia ser amor, o que ela viu em mim? Porque desperdicei uma pessoa tão fantástica?". 
Sei que sou mais só um parvalhão, sei que parece muito um cliché pedir desculpa assim. Mas todos os laços que tinha contigo, senão foram cortados, são apenas como duas ravinas separadas por um elástico onde a comunicação se faz por um copo. Sei que nada entre nós vai voltar a acontecer, assim como admito que sou um idiota por te ter magoado como magoei. 
Espero que sejas feliz, honestamente.
E que se der, que fales comigo. 
Desculpa A..

quarta-feira, novembro 28, 2012

JLP #1


Explicação da Eternidade

devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.



JLP, in "A Casa, a Escuridão"

terça-feira, novembro 20, 2012

Miss you B.

"Eu e tu não vamos há muito tempo, somos quase uns estranhos um para o outro, mas há simplesmente coisas na vida que são inegáveis. Há coisas que o nosso coração simplesmente não consegue explicar, onde a razão não encontra o coração, onde a física e a metafísica não se encontram, e ficam separadas pela linguagem verbal.
Não nos conhecemos há muito tempo, já nos tínhamos visto em Verões passados, e em vistas ocasionais em que não prestamos muita atenção um ao outro. Nunca tínhamos falado um com o outro, eu com o sotaque redondo do Porto, tu com o Português do Pacífico. Não estivemos muito tempo juntos, foram horas só, e nem tantas quantas as necessárias para quantificar um sentimento. Nenhumas partes do nosso corpo se tocaram, sem ser as nossas mãos, quando te agarraste a mim para saltar dum muro e te ajudei a descer as escadas naquela tortuosa descida, senti-te durante uns segundos mas fiz questão de te omitir isso porque não queria que soubesses o quão rídiculo sou, por me ter sentido tão feliz nesse momento.
Nada do que disse antes me impede de olhar para o futuro, ou melhor, de sonhar com um futuro, e de pensar no que poderia ter resultado, se tu não estivesses no meio do Pacífico, e eu aqui, numa ponta de Atlântico, onde apesar de separados por um dia, e milhões de metros cúbicos de água, o meu coração tem a capacidade de sobrevivência para me fazer pensar em ti, e no que podemos ou poderíamos ser.
Foram "só" alguns dias de um Verão que senão fosse por ti teria sido absolutamente banal, mas que devido à tua graça e à beleza do teu ser se tornou em algo completamente diferente. Partilhar os teus últimos dias em Portugal neste ano foi um privilégio que nunca irei esquecer, foram mais que simples bons momentos, foi a altura em que saí do marasmo após meses de auto-tortura e de dores de coração. Foste mais que uma companhia, foste um passe para uma alegria, para ver que posso ser feliz, e que consigo fazer alguém sentir-se feliz.
Fizeste do meu Verão um Verão a cores, em vez de um cinzento de Inverno.
Miss you B."

quinta-feira, novembro 01, 2012

Sombra

"Não tenho ideia do último sítio onde te vi, não me lembro simplesmente da última vez em que me encontrei nos teus olhos redondos com cor e forma de avelãs, não sei qual foi o momento em que perdi o teu sorriso definitivamente, nem sei bem qual foi o último momento em que a tua mão segurou a minha mão, sim, porque tu apesar de tudo, é que nos levavas, me levavas a mim com a candura das tuas palavras e com a doçura dos teus gestos a perseguir os meus sonhos de vida, tu é que me levaste e ensinaste a tentar ser feliz, que me fizeste perceber que a felicidade tem de ser trabalhada, não nos é dada, e que esse caminho para a felicidade superior só fica bonito feito a dois.
Hoje vejo a tua sombra, sempre atrás de mim, sob a sua forma cinzenta, com uma cintura delgada e um corpo escultural de matar, e atinjo que a tua sombra provavelmente nunca me vai largar. Vai estar sempre na minha retaguarda, ansiosa por me fazer sentir os passos maus e as ideias erradas, vai-me fazer quem gosta realmente de mim, e aquelas para quem na verdade sou indiferente, vai fazer-me ver a  verdade nos olhos dos outros, ver a pureza num sorriso enigmático, ver a beleza numa cascata de palavras e descobrir o que é real. Ensinaste-me muito, mas a tua sombra encina-me mais.
Hoje perdi grande parte da auto-confiança que a tua mão me dava, que me deixava a tentar atingir os limites sem nunca o conseguir, sem saber que sem ti o meu limite é muito mais inferior. Não sei vislumbrar quem gosta de mim realmente, se há alguém capaz de se deixar apaixonar por mim, pelo meu jeito desengonçado, pelas minhas mão enormes e pelo meu corpo marcado e rude. As pessoas que queiram chegar, tem de me puxar do buraco sem fundo para onde foi a minha esperança de ser amado, onde me enfiei após ser mais do que uma vez magoado após mais que uma vez, e de onde quero sair, mas o sítio onde estou, não me permite sair sozinho, preciso de um braço forte, e de uma mão delicada, que me puxe e que me ame todos os dias."

quinta-feira, outubro 18, 2012

Pequeno Conto.

"Sou duma dessas terras que tem nos eventos passados, na glória retrógrada e nas tradições de décadas, onde o ponto de honra é que todos os homens vivem sob a égide do cavalheirismo e as mulheres são e serão sempre senhoras, lady like. Onde o respeito pelo próximo, a humildade e a honestidade fazem parte do mesmo conjunto, onde cada pessoa é tão pura como aquilo que diz, onde tudo o que ouvimos é puro como a brisa que me acaricia as faces, onde sentados e olhando o horizonte podemos aprender quão ruidoso é o silêncio, e sabemos quão bom é poder povoar o silêncio com imagens mentais e ideias genuínas a circular.
Vivo numa casa de pedra, pedra escura nunca lavada, amolecida pelo vento e marcada pela vida vivida no seu interior. Na realidade, a minha casa é um rancho, com centenas de hectares, onde hoje em dia posso desfrutar do meu silêncio, e valorizar cada segundo que passo sozinho com os meus pensamentos a criar novos mundos. Os meus pais, por infortúnio dos tempos, desapareceram quando eu estava perto de atingir a maioridade, sucumbindo a uma fatalidade, a uma doença que levou algumas pessoas de ranchos vizinhos e desta terra. Os meus pais foram sempre o exemplo para mim, foram sempre felizes e sempre deram tudo um pelo outro, sujeitos a uma vida de trabalho duro para me sustentarem sem nunca se queixarem. As melhores memórias que tenho deles são de quão perfeitos eram os seus sorrisos encaixados um no outro pela ternura dos seus olhares, eles eram só um, passavam horas abraçados numa espiral de amor contagiante, onde o mundo éramos nós três. 
A minha dedicação à procura do amor de uma vida, o verdadeiro amor, baseia-se na imagem que tenho deles, no ideal de dois corações simétricos a dançar ao som da mesma canção. E é isso que quero para mim, pode ser pedir de mais, mas nestas coisas do amor nunca se é demasiado exigente para encontrar a perfeição. Busco a esperança de encontrar a senhora que em tempos fez do céu o meu chão e das nuvens as minhas companheiras de viagem. Espero todos os dias durante o pôr-do-sol a sua chegada, ainda hoje, abraçado ao cão, companheiro fiel e ouvido imparcial de lamentos e de declarações de amor. 
Não mais esqueci aquela menina, eu teria 14 anos e ela teria 12, na data em que ela saiu da nossa terra, acompanhada pelos pais com um saco de roupa na mão esquerda, e com o meu coração e a minha felicidade na mão direita. Não mais a esqueci até hoje, lembro-me exactamente de tudo o que fazíamos, de todos os passos que dávamos, de todos os sorrisos e de todos os olhares, límpidos na minha memória. Fomos sempre os miúdos mais sorridentes do planeta, e sei que inconscientemente, toda a gente que nos via nos invejava a felicidade e a compreensão que encontramos um no outro. Lembro-me perfeitamente de ir para o lago brincar e assistir ao pôr-do-sol na soleira da minha casa todos os dias. Lembro-me de brincarmos com o George, meu cão, e de sermos felizes sempre, independentemente do que acontecesse. No último dia antes de ela partir para aquela cidade longínqua de nome impronunciável, num outro continente cujo nome a minha educação escassa nunca conseguirá decifrar, disse-me que queria que eu esperasse por ela, independentemente do tempo que ela demorasse a voltar aqui para perto de mim, onde pudesse sentir o tique-taque do seu coração.
Poucos dias antes de partir, vimos um pavilhão junto ao lago dentro,  que parecia um coreto pequenino, feito especialmente para só lá caberem duas pessoas, um casal de namorados. Era de madeira pintada de  branco, trabalhado à mão, repleto de pormenores, talvez excessivamente ornamentado, com motivos que iam desde flores baloiçadas pelo vento, pessoas abraçadas como verdadeiros casais de namorados e de onde sobressaía na sua entrada a frase: "O Amor quando é verdadeiro, é eterno.". Ela disse-me que um dia queria casar com alguém que lhe fizesse uma declaração de amor do tamanho daquela, algo tão cavalheiresco e romântico, uma obra de arte, como símbolo do derradeiro e puro acto de amor.
À custa disso, aprendi a arte do meu pai, decidi ser um carpinteiro. Tudo para um dia construir um pavilhão para ti, fiz disto a minha arte, o meu modo de vida, para um dia fazer de ti a minha vida eternamente. E nada me agradou mais do que pegar algo em bruto, no seu estado selvagem e primitivo, e fazer com que desse "bruto" surja lentamente algo que é esculpido com minúcia e detalhe, talha a talha, lasca a lasca, centímetro a centímetro, e que pode ser algo que algo que me pode dar luz e manter a minha chama interior para o resto da minha vida, para sempre. 
Quero que voltes, hoje mais do que nunca. A minha solidão começa a fazer de mim um infeliz com medo que não voltes. Quero que venhas para imaginar finais de tarde, a preencher o meu corpo com o teu corpo, a preencher a minha vida com o teu sorriso, parando relógios no momento em que me beijes, e no momento em que dizes que sou o amor na tua vida. Quero-te dizer que és a personificação do amor, sabendo que amor comparado ao que sinto por ti não é nada, não é mais que um fragmento da vida, como um pedaço de terra do meu rancho.
Volta, por mim, ficarei onde sei que te posso encontrar todos os dias, na soleira da minha casa, onde sem a tua presença física, te continuo a sentir, na brisa que me beija a face, e onde encontro o teu cabelo ruivo no laranja do pôr-do-sol.
Sempre tua, à espera de vida."

segunda-feira, outubro 15, 2012

Cego #3

"Porquê?
Porque me mentes? 
Porque é que o que tu me dizes, o que recebo vindo do teu corpo, não corresponde à realidade?
Porque essa resistência em estares comigo, em partilhar o mesmo espaço que eu?
Porquê essa aparente falta de vontade de resolver as coisas? Se queres realmente resolver alguma coisa vens ter comigo, vens apoiar-te no meu amor por ti, vens descobrir o mundo comigo.
Detesto ver-te a mudares para comigo, detesto ver-te a dares mais confiança a outros homens, a ver-te a elogia-los, a seres louvada e ficares toda contente, sem que ele saibam sequer que o teu coração está ocupado por mim, sem eles sequer saberem que estás reservada, que és realmente minha. 
Detesto a tua confiança a garotos, a necessidade de atenção alheia e a rapidez com que me matas com uma frase."
02/04/2012 

Fico feliz por não fazeres tão parte da minha vida agora, e que estejas longe do meu coração e longe dos meus olhos.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Cinema e o amor.


O cinema hoje em dia é um dos responsáveis por o amor ser visto de forma diferente, duma forma que se calhar há algumas décadas não era visível, mas talvez o cinema, desde a Hollywood até ao Japão, nos esteja a vender uma visão do amor um pouco fraudulenta, uma visão em que na maioria das vezes, o amor é perfeito e sempre lindo. Nos filmes, se repararem o amor acontece duma forma rápida e arrebatadora, como se fosse uma explosão de desejo, loucura e compreensão tudo mesclado, os intérpretes destes mesmos filmes parecem tirados de contos de fadas da Disney, daqueles muito fofinhos onde o princípe encantado encontra a mulher perfeita que primeiro parece uma mulher vulgar e  pobre, e depois toda produzida parece uma verdadeira princesa.
Fico a pensar que isto nunca acontecerá comigo, e penso "E agora?", o que é da minha vida se não posso ter uma história de amor super perfeita? Será que posso processar a Disney, ou a Paramount, ou a MGM, ou outra produtora qualquer por me ter vendido uma fantasia de amor irreal e possível só nas telas?  Olhem para mim: posso ser muita coisa, mas não tenho aspecto de princípe saído duma tela de cinema aos olhos das mulheres, quanto mais serei o amigo do princípe que leva o carro quando ele se quer embriagar. Na minha história é mais o sapo que a única hipótese que tem é beijar uma parede, ou qualquer um tipo de objecto inanimado. 
Nunca tive uma história de amor que acabasse bem, já tive algumas histórias de amor, mas elas parecem-se muito com o final do filme do "Casablanca", a mulher vai embora e fica com outro homem para sempre, enquanto eu fico num país só meu desterrado a pensar nela, e a tentar convencer-me que assim essa mulher irá ser feliz. Nunca me acontece um final como aqueles dos filmes de sábado ou domingo à tarde, em que após mil aventuras e mil problemas ficam felizes para todo o sempre.

Apesar de tudo o que disse, e deste meio ressabiamento, nunca devemos de deixar de desejar para nós uma história de amor perfeita, ou pelo menos, acordar todos os dias com a capacidade de saber que temos em nós o necessário para a perfeição, para fazer aquela história de amor, que só a nós nos faz arrepiar e deixar com a lágrima ao canto do olho. 
Sobretudo, devemos sonhar, e nunca desistir.

No more.


Há coisas que me incomodam, vocês sabem do que vou falar, porque quase toda a gente já teve alguém assim na sua vida. 
É aquela pessoa do passado que parece que tem memória curta, alguém que não se lembra de metade da porcaria que fez, e que nós apesar de termos sido magoados como verdadeiros prisioneiros de guerra (psicologicamente falando), nunca deixamos de as tratar bem e em que as tratamos sempre como um servo quase. 
Tenho uma pessoa no meu passado assim, alguém com quem me envolvi, não apenas romanticamente, mas também fisicamente, mas não muito, if you know what i mean. Não fui sempre o melhor namorado, admito isso, sou um bocado possessivo e ciumento, mas controlado, apesar de tudo levou sempre a grandes discussões.  Mas sempre dei tudo pela relação, e quando digo tudo, digo mesmo tudo. Fiz todos os esforços possíveis e imaginários para a conquistar todos os dias, e para ter de volta mesmo depois daquilo ter acabado da maneira que acabou.
O que é verdadeiramente interessante é que depois de ter sido epicamente magoado, e quando digo epicamente, é epicamente ao nível das tragédias gregas, continuo a ser boa pessoa e a ouvir a outra pessoa em todos os seus dramas. Chega a certa altura em que temos de dar um passo em frente e acabar com a humilhação. Já rastejei, já fui ignorado quando tentei conversar, já vi saídas e encontros cancelados sem razão real aparente, já ouvi, já ajudei, já dei a mão, e no meio disto o que tirei? Uma pessoa que nem sequer se lembra do meu aniversário, uma pessoa que continua sem me dar valor nenhum, uma pessoa que basicamente está-se nas tintas para o que eu faço.
É triste, mas acabou.

Summer heat


Nunca soube o que são paixões de Verão, ou paixonetas, como lhe quiserem chamar, para mim isso nunca foi mais do que uma versão romantizada de uma one night stand com implicações psicológicas ao nível da persistência da memória dessa noite em nós.
Mas acho que acabei de mudar de opinião, pela primeira vez aconteceu-me algo do género, uma paixão de Verão (ou no mínimo nascida no Verão!).
Não passei muito tempo com ela, três simples dias fizeram a diferença, três dias de convívio, passeios pela cidade mais bonita à face do planeta, com gelados, chás e cafés pelo meio e eu fiquei totalmente embeiçado, não tenho outra palavra. Ao fim de três dias estava capaz de lhe entregar o meu mundo numa chave, sem ela pedir, a minha mente já voava longe ao 2º dia, já estava nas nuvens e a pensar no que seria de mim. O que me iria acontecer ao fim de alguns dias na presença dela.
És tão fora daqui, és tão alien nesta terra que é nossa, és tão bonita e o teu sotaque tão engraçado, que faz hoje uma semana que foste para muito longe de ti e ainda continuo a pensar em ti daqui de longe, muito de longe. Naquele último dia já te comecei a conhecer, a saber o que realmente és, e ao ver o teu sorriso, ficar encantado por ele não foi mais do que um processo natural, era natural que isso simplesmente acabasse por acontecer porque era tão simples e puro. Quando fomos embora ver-te pensativa foi engraçado, parecia que já sabia o que estava a acontecer, estavas triste por deixares o país e ires-te embora, e sinceramente, apetecia-me dar-te a mão e abraçar-te e dizer que acabaria por ficar tudo bem. Penso que tudo o que queria era dizer-te que era capaz de te seguir para todo o lado, e que estejas onde estiveres, estarei sempre lá para ti, mesmo que o tempo que estivemos juntos foi tão pouco. Terás sempre um lugar aqui para ti, no sofá a meu lado, aqui em Portugal, onde te poderás rir, e onde me encantarás com o teu bonito sotaque e onde serás sempre feliz. :)

Amor #2


Gosto de pensar que não sou um mariquinhas, gosto de pensar que não me consigo emocionar com coisas simples, como episódios de uma série de tv, um final de um livre, ou cada gesto de bondade que vejo em qualquer sítio, feito por qualquer pessoas, um gesto de verdadeiro altruísmo.
Mas é quase meia noite e dou por mim a secar as lágrimas depois de ter acabado de ver agora mesmo uma série, o último episódio. É quase deprimente, admito-o, mas é impossível para mim ver um filme, ou ler um livro, ou ouvir uma música, e não me identificar com nada, na verdade, na grande maioria das vezes dou por mim a concordar com a cabeça, como se já estivesse estado la, como se aquilo fosse um dejá-vu com algumas das coisas que se dizem, que se fazem, ou se cantam. 
Uma série, hollywoodesca, não banal, mas fez-me pensar na minha vida, e no modo como me guiei nos últimos anos, na minha vida pessoal e nas minhas relações pessoais. E fez-me ver, que mesmo para quem foi para as direcções erradas muitas vezes, há sempre um futuro. Não importa quanto tempo andamos submersos em problemas e em más atitudes, não importa quão duras ou injustas foram as nossas palavras, quão cobardes foram os nossos gestos, ou quão triste e desesperantes foram as nossas saídas de costas para as pessoas que nos amaram, ou amam.
(Sei que soa a filme barato e sei que soa a Nicholas Sparks.) 
Não importa desde que todo o mal que criamos e todo o pânico que causamos esteja na iminência de ser assumido, e com essa vontade de assumir o que fizemos, se crie uma vontade de melhorar, não para agradar a outros, mas para nos agradarmos a nós mesmos. A nossa vida não é uma linha sem mudanças, a nossa vida pode ser aquilo que nós bem quisermos. 
Mas temos de acreditar no amor, no amor pelas coisas mais simples da vida, no amor aos sorrisos, no amor aos gestos altruístas, amor a todas as pessoas que nos querem bem, amor àquilo que fazemos, amor ao amor que criamos, amor ao amor que vamos receber em troca, amor aos olhares com brilho que criamos, amor aos abraços que recebemos, precisamos de amor, em tudo o que nos envolva. No fim, precisamos do amor daquela pessoa, aquela que já passou por nós, por quem sorriríamos todos os dias para o resto da vida, para aquela a quem podíamos dedicar todos os minutos do nosso tempo, aquela pessoa com quem te imaginaste a fazer uma família, aquela pessoa que ao entrar em casa te dá um beijo e um abraço e te pergunta como foi o teu dia. 
Precisamos daquela pessoa que quando viste pela primeira vez e a abraçaste pela primeira vez, sentiste que o tempo parou numa escala nova de tempo, sentiste que o microcosmos se expandiu, sentiste os planetas todos se alinharam, sentiste que não existia nada à volta, só um vazio, e onde tudo o que existia era só preenchido com um amor entre tu e ela.

Cego #2


Uma das coisas que me irrita no amor, ou melhor, nas relações entre duas pessoas com uma finalidade romântica, é quando estamos apaixonados, mas estamos cegos.
Passo a explicar, quando nos apaixonamos, apaixonamo-nos não só pela pessoa no seu geral, mas também pela ideia que temos dela, ou seja, demoramos mais tempo a ver defeitos nas pessoas que amamos. É possível que toda a gente os veja, é possível que nos digam repetidamente os defeitos dessa pessoa (ou algum defeito em particular), é possível que se passe uma vida inteira sem não nos apercebermos que a pessoa que amamos tem na realidade muitos defeitos e ainda por cima alguns bastante graves.
Aconteceu-me o mesmo há pouco tempo, gostei de alguém, gostei mesmo, de estar apaixonado, e completamente cego de amor por essa pessoa. Pessoa essa que me magoou mais do que alguém em toda a minha vida me conseguiu magoar, fez-me algo que eu só consigo descrever em dois adjectivos e nenhum deles muito bonitos: "cobardia"ou "criancice". Não deixa de ser muito irónico que geralmente as pessoas de quem mais gostamos, são aquelas que nos magoam mais. Quanto maior é o amor, ou o sentimento, maior é a desilusão.
Atenção, não sou nenhum expert em relações, e no amor, nem me posso considerar uma pessoa perfeita nesse aspecto, muito longe disso até, já cometi os meus erros, muitos erros, erros gravíssimos e infantis também, pelos quais me desculpei mais tarde, e que podem ter tido ou não perdão. Cometi-os, e hoje tento todos os dias melhorar-me e tentar não voltar a repetir as asneiras que fiz.
Voltando à "vaca fria", hoje posso dizer que esqueci essa pessoa, e que apesar de estar sozinho, acho que era impossível sentir-me melhor comigo mesmo neste tempo que passou. E agora finalmente vejo os defeitos dessa pessoa e percebi que me apaixonei não por ela, mas "pela ideia dela", o que eu via nela e não o que ela era realmente. Percebi que se estivesse lúcido, não me teria precipitado para uma relação com essa pessoa. Fui e ainda sou, ignorado, desprezado, e ainda tentam brincar com o meu triângulo vermelho com curvas, o meu coração, mas percebi que por muito mau que eu seja, e por muitos defeitos que eu tenha, vão haver sempre pessoas que nos conseguirão fazer pior do que aquilo que fizemos a alguém.

Desilusões.


Não nascemos com a capacidade de nos afastar-mos das pessoas e coisas que gostamos, e por quem nutrimos sentimentos, simplesmente não nascemos.
Nutrimos sentimentos por alguém, e a partir do momento em que nos apercebemos realmente disso essa pessoa passa a ser um Deus, um ser perfeito a quem nunca acharemos defeitos, por muito que nos esforcemos para isso. Ou então não, acontece o contrário, caímos na realidade passados uns meses e vemos que se calhar tudo não passou de uma farsa, como se num mesmo tabuleiro essa pessoa joga um jogo de xadrez e a pessoa apaixonada joga damas. Estão ambas no mesmo tabuleiro, mas por diferentes razões, umas mais cínicas e mais a pensar friamente e objectivamente em alguma coisa que eu certamente não faço a mínima ideia do que seja. As outras jogam damas, simplesmente porque é divertido e mais simples, como amar alguém deveria ser, simples. Pessoalmente, jogo damas, não percebo nada de xadrez, há demasiadas variáveis e demasiadas possibilidades para se perder algo.
Não devia haver rodeios quando se conhece alguém, devíamos ter algo como um profile instantâneo, ou um cvs com todos os nossos defeitos e com todas as reais qualidades que possuímos.
No amor, e no conhecimento interpessoal não devia haver desilusões, ou enganos, ou hipocrisias, o que ganhamos com estes pedaços de manto roto? O que ganhamos em mentir a alguém? O que podemos ser se criamos expectativas irreais nas pessoas, e se o único caminho para a felicidade com essa pessoa vai dar a um precipício? 
Mas: 
"Se formos calados e estarmos prontos o suficiente, conseguiremos encontrar compensações em cada desilusão."
- Henry David Thoreau

Ser criança.


Sinto falta de ser criança, de aprender a fazer as coisas pela 1ª vez, fazer as coisas mal e ser repreendido por isso, fazer as coisas simplesmente porque me dá gosto fazê-las e outras vezes fazer essas coisas apenas porque me obrigam.
Sinto falta de um amor quente de verão, um sentimento de amor, amor verdadeiro e humano, assegurado por alguém que goste de mim, estar aconchegado num sítio quentinho, e pacífico. De estar horas a falar de sentimentos, do que queremos e do que sentimos, e do que podemos ser.
Sinto falta de estar uma tarde inteira no meio de um campo que é mistura de erva e lama a jogar á bola sobre um calor abrasador, até ser de noite, com um banho em tanques típicos das terras de campo, e no fim ouvir da minha mãe, por estar ver, por ter tomado um banho, por não dizer nada.
Sinto falta de sentimentos verdadeiros, de bajular, brindar alguém com palavras doces e murmúrios trementes, com sussurros desbravados e encantados pela belez da paixão, de estar sempre com frio no umbigo, à espera que alguém se sente ao nosso lado e nos faço sorrir, de ficar noutro planeta, só de ser o alvo da atenção de alguém.
Sinto a falta de ar puro, calor veraneante e estar sentado debaixo duma castanheira com frutos prontos a eclodir, a meditar, a pensar, a planear, a decidir a minha vida ao mesmo tempo que ouço música, e de preferência a pensar que a vida dificilmente poderá ser melhor do que nesse momento.
Sinto falta de ir para a cidade que troca os “vês” pelos “bês” e ficar horas a passear, a lanchar, a tomar chás, a brincar sem que mais nada me importe, como se o tempo tivesse congelado, e só houvesse espaço. O Porto é aquele sítio fantástico/misterioso/místico, que enche a minha mente de alegorias ao passado e me faz criar novas ideias, ou que pelo menos, me dá inspiração e coragem para pensar em novas coisas. O passado está lá, preenchido com horas maravilhosas a amar, outras a pensar, a ouvir. O Porto tem miradouros que me enchem as medias literalmente, as vistas são sempre maravilhosas que me deixo levar pelas histórias da cidade Invicta, e me torno numa sombra que habita os melhores lugares da cidade.
Sinto falta de sessões de cinema, entreabertas com mãos dadas, beijos melosos, e sorrisos perfeitos. Sinto falta da cor da vida, dos olhares matadores, e da felicidade num pau de gelado. Sinto falta da areia, da água gelada do mar, e do desporto na praia. Falta dos concertos ao ar livre, e dos óculos de sol para desbravar terreno. Sinto falta do meu Verão, e ele está quase a chegar.

quinta-feira, junho 14, 2012

Carta


"Não te vejo há quase dois anos, ver-te no sentido de estar contigo, claro. Desde que acabamos, ou que acabaste comigo, por razões que eu e tu sabemos. Mas a principal razão era eu não te estar a fazer feliz, e que continuava a magoar-te, dia após dia após dia. Na altura não quis ver, achava que não tinhas razão, achava que não podias acabar comigo, porque sempre te quis só para mim. Fui egoísta, quis sempre a minha felicidade, ou a minha alegria, e nunca pensei na tua, e no quanto estavas triste nos últimos meses comigo. Mas vi quão mal estavas na altura, só que apenas uns meses depois, quando conheceste alguém, alguém que te soube tratar como tu sempre mereceste, e alguém que gostava de ti a sério, alguém de quem gostavas a sério, e vivias um amor equilibrado e seguro.

Desse tempo até hoje tentei esquecer-te, tentei mesmo. Nos primeiros meses apesar da fachada sorridente e das ações que indicavam o contrário, sentia-me sozinho, sentia-me perdido, faltava-me literalmente o Norte, a pessoa que me marcou desde o primeiro beijo e desde o primeiro olhar. Tentei substituir-te, todas as vezes que conhecia uma rapariga, todas as vezes que falava com uma rapariga, tentava encontrar algo de ti, algo que me lembrasse de ti, uma característica ou um traço da personalidade, mas nada. Não quer dizer que não me tenha envolvido e iniciado relações com mais ninguém, porque o fiz, mas foi tudo uma felicidade passageira, é uma certeza. E isso é o mais triste de tudo, comparar qualquer pessoa contigo, não dá, simplesmente, é injusto para com todas as pessoas, deviam ser avaliadas como seres individuais, não comparadas contigo, uma entidade humana, que sobrevoa o meu pensamento. Marcaste a meu coração a ferro quente, com uma intensidade e uma força que por muito que queira não consigo explicar, o teu lugar na caixa de veludo vermelha é intocável.

Nestes dois anos, recebo cada mensagem tua, como um sinal de que ainda sabes quem sou, e de que não me esqueceste. Pela positiva ou pela negativa é que já não sei. Mas sempre que troco uma mensagem contigo ou de cada vez que vejo uma foto tua, desato a planar, a vaguear pelo interior do meu cérebro, sorrio e fico nervoso, não te quero desiludir mais, fico ansioso pela próxima mensagem e quero sempre mais, como um desejo infindável de não perder seja o que for que eu tenha contigo neste momento. 

Não alimento esperanças de que sejas minha outra vez, não porque não o queira, mas porque não me posso dar ao luxo nem ao desejo de pensar como seria. Só quero que hoje e todos os dias, que sejas interminavelmente feliz, seja com quem for que tu escolhas para estar a teu lado. Fui infantil e fraco contigo, mas gosto de pensar que sou melhor agora. Enquanto tu foste a melhor pessoa da minha vida, inesquecível e marcante.
Não sei explicar o que sinto, sei que quando estás perto, estás verdadeiramente perto. E que quando estás longe, estás verdadeiramente longe."

                                                                                               

sexta-feira, maio 18, 2012

Desejo de ser mais.

Há questões que nunca serão ditas com o tempo. Há questões que nos fazem pensar qual o sentido da vida, para onde vamos, o que somos, e o que fizemos. Pensamos se a vida não é mais do que um meio da nossa auto-realização espiritual, a vida plena não será mais do que um complemtento qo nosso ser, e não a parte mais importante daquilo que somos.
A nossa vida não se preenche por coleccionar carros, por ter uma casa ou cinco casa de férias, a nossa vida não é aquilo que ganhamos financeiramente, nem é a fama de papel e facilmente reciclável que nos torna um ser único e inesquecível. A nossa vida é muito mais do que isso, a nossa vida é a nossa personalidade conjugado com o facto de chegarmos ou não ao coração das pessoas, é sentir que a nossa vida teve um propósito, e saber que as pessoas que ficaram marcadas no nosso coração, tenham ficado conosco marcadas no seu coração. Não pretendo ser famoso, não quero ser exuberantemente rico, não quero passar a minha vida a ganhar prémios para me sentir superior aos outros.
Tudo o que desejo na minha vida é ser algo no coração das pessoas, não ser mais um apenas, mas ser uma pessoa que as marca, não por um sentido negativo, mas porque fiz a diferença, porque fui simpático, fui querido, e ajudei as pessoas em certos momentos.
Aos meus amigos, às pessoas novas da minha vida, e até aos simples conhecidos, quero que saibam que a minha vida não seria nada sem eles, e por isso serei sempre um amigo, um ombro e um companheiro anti-solidão para a vida deles.
Só quero que as pessoas ao meu redor se sintam felizes, nem que isso seja em prejuízo de mim mesmo. Quero chegar a casa, despir-me, deitar-me e apagar a luz e reflectir sobre como foi a minha vida, e aí sim, se vêm os verdadeiros homens, no escuro da noite vê-se realmente quem fez da vida mais do que uma passagem intermédia. Vê-se quem fez da vida um caminho único e iluminado para a auto-realização e felicidade pessoal.

quinta-feira, abril 26, 2012

Estória I

"Ele sentia a sua falta, precisava para viver feliz, ela era a razão do seu sorriso, a razão do tempo andar mais devagar ou mais depressa, viveu para ela enquanto estavam juntos, fazia tudo por ela, e pela sua felicidade. Há uns tempos acabaram por se separar, seguiram caminhos diferentes, talvez magoados um com o outro, talvez se tivessem separado por um desastre, talvez por um amor incomportável da parte dele, ou por algo abrupto ou imprevisível que nunca é previsto facilmente.
Passados muitos meses ele continuava sozinho, quase miserável, no marasmo da sua imperfeição, fora de qualquer círculo social, aliás com a sua monotonia não seria aceite em nenhum grupo, ele sim era finalmente o rei da melancolia, preso no seu castelo de solidão, afastando qualquer hipótese de se abrir com alguém. não queria mesmo pôr sequer a hipótese de ver alguém, só queria preservar a sua memória dela, como se fosse um quadro inesquecível, como a "Mona Lisa" de Da Vinci, "Guernica" de Picasso, ou melhor de todos "O Beijo" de Klimt. O seu objectivo era fazê-la eterna em si, e nunca mais entregar a sua caixa com o seu pedaço de veludo vermelho.
O que ele não sabia era que ela já o tinha substituído no coração.
Ele era um Bruckner, mais velho que ela, era dramático, louco, apaixonado e melancólico, era um homem com uma intensidade extrema, que encontrava na expressão dos seus sentimentos uma mais valia. A sua sensibilidade era como se fosse o seu bastião, era o topo do seu castelo, o sítio onde ele via tudo. Noutra altura qualquer da sua vida conseguiria ser um homem feliz, com um humor decente, conseguiria fazer toda a gente rir-se, mas desde aquele dia em que se separaram perdera a vontade de sorrir, a contade de amar, e a vontade de viver. Ele era um ser profundo, com intensidade emocional, demasiado intenso.
Ela por sua vez encontrou um Mozart, um tipo "leve", um humorista, quase surfista, um boa onda, um tipo vivo, que a fazia sorrir a todas as alturas, que lhe dava muito conforto, talvez não fosse tão apaixonado como Bruckner, mas com este novo era tudo mais fácil, mais simples, mais directo e descomplicado, ela não pensava tanto no futuro, da mesma idade e queriam acima de tudo divertirem-se.
O nosso Bruckner descobriu e ficou arrasado, a imagem que tinha dela iria ser estragada, decidiu exilar-se antes que tudo o que sentia fosse consumido pelas chamas de ciumes e do sentimento de possessão que tinha por ela. Figiu para longe, para o lado da neve, rodeado de árvores e gelo, sem vivalma por perto. Decidiu entregar.se ao destino, e só queria relembrar o tempo que passou ao lado dela, decidiu perpetuar o nome dela no exílio, num sítio isolado, e quis viver até ao fim dos seus dias com as memórias dos tempos passados com ela."

domingo, abril 22, 2012

Complementos.

Procuramos numa pessoa o complemento total da nossa vida, no caso do homem procura uma mulher que o faça sentir-se como a pessoa mais importante do seu universo.
Procuramos ("Homens"), alguém que nos preencha verdadeiramente, queremos ser tudo para vocês ("Mulheres"), não queremos saber quanto custa levar-vos a um concerto, nem sequer queremos saber se algum dia teremos esse valor de volta, queremos ver o vosso sorriso, queremos ver a vossa felicidade, o dinheiro não é mais do que um elemento físico, um mal necessário. Nada paga o vosso sorriso, nada paga a cara de felicidade com que vos vemos, após a manifestação de felicidade e do brilho no olhar, só queremos que percebam que a vossa felicidade por vezes, é superior à nossa própria felicidade, porque só seremos felizes se vocês estiverem bem.
A partir do momento em que vos sentimos no nosso coração da primeira vez, em que o primeiro olhar sério nos olhos um do outro se atravessa, no momento em que nos apaixonámos por vocês e que percebemos que se calhar o que temos é mais do que suficiente para levar uma vida ao vosso lado rica de alegria e preenchida, o aspecto físico passa a ser um factor pouco importante, para nós "homens apaixonados" estarão sempre bonitas, dispensarão a necessidade de passarem horas em frente ao espelho com maquilhagem e a trocar dezenas de vezes de roupa, porque a partir do momento em que saímos de mão dada com vocês existe um laço inquebrável, os nossos holofotes estarão sempre virados para vocês, mesmo que não dêem por isso. Não digam que não aceitam elogios, nós damos os elogios porque vocês merecem, nós admiramo-vos. Não fiquem surpresas com gestos de cavalheirismos, como abrir portas, e puxar cadeiras para vocês, porque tudo isto faz parte da nossa tentativa eterna e constante de vos fazer sentir bem. Brinquem connosco, e abusem do sorriso, porque isso só nos faz sentir melhores com vocês.
Gostamos de gestos de carinho, em toda a parte, seja quando estamos só os dois juntos, ou em locais sobrelotados, tem sempre um significado bom, gostamos quando nos dão um beijo quando estamos sozinhos, gostamos de receber beijos mesmo com olhos colados em nós, gostamos de abraços, e de sentir o vosso corpo mais frágil junto ao nosso corpo maior e desengonçado, gostamos de dar as mãos e sentir a vossa pela macia e tratada em comunhão com a nossa geralmente mais rugosa e áspera, gostamos de "Gosto de ti ao ouvido", de um "És só meu", de um "Amo-te" ou de um "Adoro-te" sussurrado, ficamos arrepiados e felizes, esfuziantes de entusiasmo.
Mas sempre que algum homem vos tratar mal reajam da forma correcta, deixem-no, por muito mal que isto soe. Já aconteceu comigo, porque já o mereci, demasiado tarde talvez até. Nenhum homem, tem direito de tratar mal, ou muito mal, o melhor que Deus lhes deu, como são as mulheres, as mulheres são talvez o bem mais precioso para o coração dos homens, porque ao contrário do que parece muitas vezes, os homens não procuram ligações físicas, os homens só precisam de alguém que os compreenda verdadeiramente, alguém que os saiba fazer rir e sorrir, alguém que seja o eterno confidente e que acima de tudo, queira ficar com eles e ser feliz.

terça-feira, março 27, 2012

Certezas...

Não te quero perder, não quero mesmo, e nada me tira isto da ideia, porque o meu coração só quer ficar contigo, o meu coração em toda a sua longitude e toda a sua latitude só te deseja a ti, quer fazer-te feliz todos os bocadinhos da tua vida. Não somos iguais, somos antes metades que se completam, tu mais racional eu mais emotivo e sofredor, mas gostamos um do outro da mesma forma, mas ás vezes não te sinto sintonizada comigo, mas para isso eu sou eu que tenho de te conquistar todos os dias, uma e outra vez, relembrar-te o motivo porque gostas de mim, o motivo de porquê os nossos olhos procurarem os olhos do outro por mais longe que estivermos. O que sentimos um pelo outro faz-me parar, parar num sítio onde realmente posso ouvir o que penso, sítios escuros, junto ao rio, junto ao mar, pondo os meus olhos no horizonte, como que levando os pensamentos maus para longe do nosso amor, afastar o que faz mal à sanidade da nossa relação.
Tenho a certeza que gostas de mim, assim como tenho a certeza absoluta que gosto de ti, e como tenho a certeza absoluta que gostamos muito de estar juntos, e que nos sentimos muito bem ao lado um do outro. O que cria em problemas em nós sou eu, as minhas inseguranças que me apertam a circulação, que me fecham os pulmões, impedindo que o ar chegue ao meu cérebro, e me deixe respirar em paz, tornando-me nesse instante um ser não menos que insuportável; os meus medos também tomam aqui grande parte da sua importância, especialmente o facto de poder ficar sozinho neste mundo, sem a tua presença, fico soturno, não vejo nada à minha frente, e essa ideia soa-me muito a fim do mundo.
Tento não me tornar num monstro hiper-possessivo e com formas horríveis, mas sei que nem sempre consigo isso, porque sinto que preciso muito de ti, e quero um dia partilhar contigo uma relação de felicidade, uma relação completa, quero fazer-te feliz todos os dias da tua vida, quero que encares todos os dias a meu lado com um sorriso completo e puro, de felicidade quase infantil, despreocupada; quero que os teus olhos castanhos que me encantam e me fazem apaixonado, quase parecendo tu o meu flautista de Hamlet, brilhem sempre intensamente, com a alegria pura.
Preciso de ser o teu homem, com a mesma necessidade que precisamos de água para viver, preciso de ser o teu Hércules para te proteger contra quem te quer mal a ti e a nós, o homem que está para falar contigo com a sapiência digna de um Freud, o homem que estará sempre lá para ti para te dar um abraço quando o teu mundo parecer estar a desabar, sempre com muita força e carinho.
Um dia poderemos ser tudo um para o outro e tudo um no outro, seremos indissociáveis, a nossa história de vida ou de amor será possível contar em livros históricos, "O Amor de P. e C." ao lado de "Romeo e Julieta", ou comparada com o Baltasar e a Blimunda, iremos resistir a tudo, a todos os vendavas, a todas as tempestades, a todos os terramotos como se fossemos espartanos, iremos serem felizes ad eternum.

sábado, março 17, 2012

Low intensity.

O mundo não acaba quando cometemos um erro, assim como não se torna eterno quando estamos como uma felicidade de dar a volta ao mundo. Já cometi muitos erros, sobretudo na minha vida pessoal, já fui brusco, já fui ignorante, já fui impaciente, já fui pouco amoroso, já fui frio, já fui possessivo, já fui controlador, já fui o pior namorado do mundo, mas também já fui o melhor namorado do mundo mas a vida em reflexão passa de certeza pela tentativa de ver o que fizemos mal, e tentar de alguma forma aprender com o que fizemos mal para tentar recuperar e tentar fazer melhor na vez seguinte que algo do género aconteça.
Hoje sou conhecido pela tendência na minha personalidade haver lugar à intensidade, intensidade com que luto pelas coisas, intensidade com que faço desporto, intensidade com que gosto de música, a intensidade com que gosto de lutar contra o que não concordo, intensidade da minha voz de discordante contra o que é regular, intensidade com que gosto das coisas, intensidade com que gosto das pessoas, a intensidade que tenho de viver, intensidade com que continuo todos os dias a tentar ser melhor. 
Na realidade, intensidade dos afectos  é a qual sobre quero reflectir, porque venho-me a convencer todos os dias que a minha intensidade de viver, a minha fome de querer mais Dela torna-se um fardo, um factor que expugna o amor, e que se torna numa bactéria que se torna num vírus, e mais tarde numa doença infecciosa que se revela na maioria dos casos fatal. 
As pessoas que gostam de mim sabem que gosto de alguém, assim como qualquer que pessoa que observará minimamente o meu comportamento perceberá qeu não sou um homem errático, que vivo num sentido, que não vivo para tornar as pessoas infelizes, vivo para as tentar fazer felizes, cheias de alegria e preenchidas por sentimentos bons de amor e felicidade, que quero que vivam comigo uma vida preenchida e completa. Assim como quero que tu continues todos os dias na minha vida, a ser o meu amor, a minha felicidade, o sentido do meu sorriso ao pensar em amor, a distância no meu olhar quando não estou contigo, a minha baixa intensidade quando estou com outras pessoas deve-se liminarmente ao facto de estar a guardar tudo o que tenho para te tentar fazer feliz, porque sei que só eu no meu melhor posso ser aquilo que desejas. Eu tenho tempo, sou novo, sei que vou viver as maiores alegrias do mundo embalado no teu colo, que vamos ser cada vez mais o sentido único no coração um do outro, assim como sei que o futuro a nós pertence, e só uma maior paciência e uma fome mais contida de viver tudo contigo não nos vai desgastar e sermos tudo o que podemos ser ao longo de uma vida. 
Quando gostámos verdadeiramente, estamos totalmente nas mãos das outras pessoas. O meu coração está nas tuas mãos desde o dia em que me quiseste conhecer.

sábado, fevereiro 18, 2012

Dias e dias.


Há dias em que simplesmente nada corre bem, dias em que não nos sentimos no nosso corpo, em que cada decisão e cada acto parece condenada ao fracasso. Cada acto leva a um momento de desilusão, não sei se lhe chame kharma ou outra idiotice qualquer. Cada acto parece desprovido de força. O meu cérebro está tão fácil de perfurar como manteiga com uma faca quente. Todos os musculos do meu corpo indicam uma manifesta falta de força. Todos eles parecem desistir, menos as mãos. As mãos estão nervosas, com os dedos rápidos em direcção ás teclas. De repente, quero sucumbir ás forças e desatar a ter uma sobrecarga nervosa. Como será que este homem de mala da Samsonite, óbvio empresário, ficaria se me visse aqui – Pedro Silva, fácil de identificar, com um trombone ás costas – a chorar? Um homem adulto no meio de um local público, uma estação de comboios, encostado ás suas pernas, num canto a chorar? Que bonito que deveria ser, mas é assim que me sinto, impotente perante os factos. Imaginem, uma bola gigante de pedra, a ameaçar um aldeia e eu impotente, a olhar para ela, enquanto ela avança directamente para mim. Não controlo muito da minha vida, porque cada decisão que tomo, parece que vem com algo negativo atrás. Sou um fantoche, a quem puxam as cordas para me mexer, ou a quem metem a mão nas costas para eu falar. Alguma vez se sentiram um autómato? Um autómato, aquela espécie de rôbos, que não pensa nem diz coisas por si, só tem aquelas frases e aquelas ações destinadas para ele? 
Hoje sinto-me um membro do rebanho, da horde de formigas vulgares que passeiam na Terra. Sinto que não tenho um propósito, e lá vem a cabeça a ferver, a debitar centenas de pensamentos por minutos, centenas de ideias, centenas de pedaços de estupidez cerebral, centenas de projectos não concretizados, centenas de momentos em que nos perguntamos se somos mesmo assim, se nasci para isto?se sou só mais um?se sou mesmo a unica pessoa que sente que a minha vida devia de ser mais que isto? mais que estar sentado a um computador.numa estaçaõ de comboios, impotente à espera do próximo para me levar para onde pertenço. Desejo ser mais do que aquilo que me sinto. Desejo viver a vida com pensamentos meus, e ideias minha a todo o instante. Não quero viver a vida a pensar se fiz o suficiente, porque isso significaria que não o fiz. Desejo viver a vida ao máximo, e para isso tenho de ser forte e assumir sempre o controlo. Ficaria aqui à espera de uma “punch line” para acabar este texto, mas não tenho a força nem a vontade neste momento. Preciso de me deitar e olhar para o vazio, e pensar mais devagar...

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Felicidade

Não consigo tirar a minha cabeça de ti, invadiste a minha vida e sem pedir licença foste fazendo com que te desse pedaços grandes de mim, para os guardares só para ti. É seguro dizer hoje, enquanto me sento no chão do meu anexo em casa a olhar para o céu, que nunca em todos os dias que percorro o trilho da vida, sonhei poder gostar de alguém assim, tão rápido, tão consumidamente, que me enche as veias do meu corpo de perfume suave e leve como o cheiro da tua pele, ou da suavidade do teu corpo.
Não te consigo largar a mão, e espero nunca mais a largar, espero ser velhinho, e acordar contigo a meu lado, a sorrires e a olhar para mim como se fosse o único ser vivo no mundo. Saberei cuidar de ti como mereces, proteger-te-ei sempre junto ao meu corpo, onde ninguém nos pode tocar, onde a tua respiração e a minha respiração se tornam numa só respiração, onde não existe meu corpo nem teu copo, existe o nosso corpo, seremos a consumação de tudo. Seremos sempre nós dois contra o mundo, serás a minha Dalila e eu serei o teu Sansão, tu a minha Bonnie e o teu Clyde, tu a minha Victoria e eu o teu Beckham, mas saberemos acima de tudo construir uma história nossa, onde tu serás venerada como uma rainha, e eu serei sempre o teu servo, que se vergará sempre diante da força do amor, serei o teu comando que estará sempre lá para te ouvir, para te abraçar, mimar, beijar, e gostar de ti como nunca será capaz.
Sinto-me feliz, nunca me senti assim feliz, sinto uma alegria que percorre todos os músculos do meu corpo, que me alarga o coração e que me estica o sorriso
.

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Alegria?

Tenho a certeza do que sinto, não passou muito tempo desde a primeira vez que os nossos olhos se cruzaram, desde o dia em que pela primeira vez a minha mão grande e disforme agarrou a tua mão pequena, suave e perfeita. Desde esse dia o meu futuro está condicionado, o meu futuro ficou selado no momento em que os meus lábios tocaram nos teus, sei-o porque antes de estar contigo o meu coração acelera e começam o meu sistema a ficar nervoso, sei que aproveito todos os momentos em que estamos juntos, e tu sabes que os aproveito porque o meu coração bate mais rápido antes de estar contigo, quando estou contigo, depois de estar contigo, quando penso em ti, quando penso em nós e quando penso no teu corpo. Penso no teu sorriso e sorrio. Penso nos teus olhos e os meus olhos ficam inundados de brilho. Penso na alegria que me fazes sentir e sinto-a.

Fisicamente estás longe de mim, mas não faz mal. O mesmo caminho e a mesma distância que nos separa, é a mesma distância que nos aproxima, todos os momentos que temos juntos são aproveitados ao limite, não há momentos mortos. Quando estamos juntos sinto uma enorme paz interior, sinto que chego ao derradeiro limiar da existência humana, a tranquilidade, a compreensão e o carinho nunca são demais de exaltar. Cada momento é como uma nuvem branca caída do céu, limpo, tranquilo e perfeito. O mundo acaba sempre que estamos juntos, a humanidade parece que se recolheu toda em casa, e tudo o que existe nesse momento sou só eu e tu, juntos e perfeitos.