segunda-feira, outubro 08, 2012

Cinema e o amor.


O cinema hoje em dia é um dos responsáveis por o amor ser visto de forma diferente, duma forma que se calhar há algumas décadas não era visível, mas talvez o cinema, desde a Hollywood até ao Japão, nos esteja a vender uma visão do amor um pouco fraudulenta, uma visão em que na maioria das vezes, o amor é perfeito e sempre lindo. Nos filmes, se repararem o amor acontece duma forma rápida e arrebatadora, como se fosse uma explosão de desejo, loucura e compreensão tudo mesclado, os intérpretes destes mesmos filmes parecem tirados de contos de fadas da Disney, daqueles muito fofinhos onde o princípe encantado encontra a mulher perfeita que primeiro parece uma mulher vulgar e  pobre, e depois toda produzida parece uma verdadeira princesa.
Fico a pensar que isto nunca acontecerá comigo, e penso "E agora?", o que é da minha vida se não posso ter uma história de amor super perfeita? Será que posso processar a Disney, ou a Paramount, ou a MGM, ou outra produtora qualquer por me ter vendido uma fantasia de amor irreal e possível só nas telas?  Olhem para mim: posso ser muita coisa, mas não tenho aspecto de princípe saído duma tela de cinema aos olhos das mulheres, quanto mais serei o amigo do princípe que leva o carro quando ele se quer embriagar. Na minha história é mais o sapo que a única hipótese que tem é beijar uma parede, ou qualquer um tipo de objecto inanimado. 
Nunca tive uma história de amor que acabasse bem, já tive algumas histórias de amor, mas elas parecem-se muito com o final do filme do "Casablanca", a mulher vai embora e fica com outro homem para sempre, enquanto eu fico num país só meu desterrado a pensar nela, e a tentar convencer-me que assim essa mulher irá ser feliz. Nunca me acontece um final como aqueles dos filmes de sábado ou domingo à tarde, em que após mil aventuras e mil problemas ficam felizes para todo o sempre.

Apesar de tudo o que disse, e deste meio ressabiamento, nunca devemos de deixar de desejar para nós uma história de amor perfeita, ou pelo menos, acordar todos os dias com a capacidade de saber que temos em nós o necessário para a perfeição, para fazer aquela história de amor, que só a nós nos faz arrepiar e deixar com a lágrima ao canto do olho. 
Sobretudo, devemos sonhar, e nunca desistir.

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