segunda-feira, outubro 08, 2012

Amor #2


Gosto de pensar que não sou um mariquinhas, gosto de pensar que não me consigo emocionar com coisas simples, como episódios de uma série de tv, um final de um livre, ou cada gesto de bondade que vejo em qualquer sítio, feito por qualquer pessoas, um gesto de verdadeiro altruísmo.
Mas é quase meia noite e dou por mim a secar as lágrimas depois de ter acabado de ver agora mesmo uma série, o último episódio. É quase deprimente, admito-o, mas é impossível para mim ver um filme, ou ler um livro, ou ouvir uma música, e não me identificar com nada, na verdade, na grande maioria das vezes dou por mim a concordar com a cabeça, como se já estivesse estado la, como se aquilo fosse um dejá-vu com algumas das coisas que se dizem, que se fazem, ou se cantam. 
Uma série, hollywoodesca, não banal, mas fez-me pensar na minha vida, e no modo como me guiei nos últimos anos, na minha vida pessoal e nas minhas relações pessoais. E fez-me ver, que mesmo para quem foi para as direcções erradas muitas vezes, há sempre um futuro. Não importa quanto tempo andamos submersos em problemas e em más atitudes, não importa quão duras ou injustas foram as nossas palavras, quão cobardes foram os nossos gestos, ou quão triste e desesperantes foram as nossas saídas de costas para as pessoas que nos amaram, ou amam.
(Sei que soa a filme barato e sei que soa a Nicholas Sparks.) 
Não importa desde que todo o mal que criamos e todo o pânico que causamos esteja na iminência de ser assumido, e com essa vontade de assumir o que fizemos, se crie uma vontade de melhorar, não para agradar a outros, mas para nos agradarmos a nós mesmos. A nossa vida não é uma linha sem mudanças, a nossa vida pode ser aquilo que nós bem quisermos. 
Mas temos de acreditar no amor, no amor pelas coisas mais simples da vida, no amor aos sorrisos, no amor aos gestos altruístas, amor a todas as pessoas que nos querem bem, amor àquilo que fazemos, amor ao amor que criamos, amor ao amor que vamos receber em troca, amor aos olhares com brilho que criamos, amor aos abraços que recebemos, precisamos de amor, em tudo o que nos envolva. No fim, precisamos do amor daquela pessoa, aquela que já passou por nós, por quem sorriríamos todos os dias para o resto da vida, para aquela a quem podíamos dedicar todos os minutos do nosso tempo, aquela pessoa com quem te imaginaste a fazer uma família, aquela pessoa que ao entrar em casa te dá um beijo e um abraço e te pergunta como foi o teu dia. 
Precisamos daquela pessoa que quando viste pela primeira vez e a abraçaste pela primeira vez, sentiste que o tempo parou numa escala nova de tempo, sentiste que o microcosmos se expandiu, sentiste os planetas todos se alinharam, sentiste que não existia nada à volta, só um vazio, e onde tudo o que existia era só preenchido com um amor entre tu e ela.

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