segunda-feira, outubro 08, 2012

Ser criança.


Sinto falta de ser criança, de aprender a fazer as coisas pela 1ª vez, fazer as coisas mal e ser repreendido por isso, fazer as coisas simplesmente porque me dá gosto fazê-las e outras vezes fazer essas coisas apenas porque me obrigam.
Sinto falta de um amor quente de verão, um sentimento de amor, amor verdadeiro e humano, assegurado por alguém que goste de mim, estar aconchegado num sítio quentinho, e pacífico. De estar horas a falar de sentimentos, do que queremos e do que sentimos, e do que podemos ser.
Sinto falta de estar uma tarde inteira no meio de um campo que é mistura de erva e lama a jogar á bola sobre um calor abrasador, até ser de noite, com um banho em tanques típicos das terras de campo, e no fim ouvir da minha mãe, por estar ver, por ter tomado um banho, por não dizer nada.
Sinto falta de sentimentos verdadeiros, de bajular, brindar alguém com palavras doces e murmúrios trementes, com sussurros desbravados e encantados pela belez da paixão, de estar sempre com frio no umbigo, à espera que alguém se sente ao nosso lado e nos faço sorrir, de ficar noutro planeta, só de ser o alvo da atenção de alguém.
Sinto a falta de ar puro, calor veraneante e estar sentado debaixo duma castanheira com frutos prontos a eclodir, a meditar, a pensar, a planear, a decidir a minha vida ao mesmo tempo que ouço música, e de preferência a pensar que a vida dificilmente poderá ser melhor do que nesse momento.
Sinto falta de ir para a cidade que troca os “vês” pelos “bês” e ficar horas a passear, a lanchar, a tomar chás, a brincar sem que mais nada me importe, como se o tempo tivesse congelado, e só houvesse espaço. O Porto é aquele sítio fantástico/misterioso/místico, que enche a minha mente de alegorias ao passado e me faz criar novas ideias, ou que pelo menos, me dá inspiração e coragem para pensar em novas coisas. O passado está lá, preenchido com horas maravilhosas a amar, outras a pensar, a ouvir. O Porto tem miradouros que me enchem as medias literalmente, as vistas são sempre maravilhosas que me deixo levar pelas histórias da cidade Invicta, e me torno numa sombra que habita os melhores lugares da cidade.
Sinto falta de sessões de cinema, entreabertas com mãos dadas, beijos melosos, e sorrisos perfeitos. Sinto falta da cor da vida, dos olhares matadores, e da felicidade num pau de gelado. Sinto falta da areia, da água gelada do mar, e do desporto na praia. Falta dos concertos ao ar livre, e dos óculos de sol para desbravar terreno. Sinto falta do meu Verão, e ele está quase a chegar.

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