segunda-feira, outubro 08, 2012

Desilusões.


Não nascemos com a capacidade de nos afastar-mos das pessoas e coisas que gostamos, e por quem nutrimos sentimentos, simplesmente não nascemos.
Nutrimos sentimentos por alguém, e a partir do momento em que nos apercebemos realmente disso essa pessoa passa a ser um Deus, um ser perfeito a quem nunca acharemos defeitos, por muito que nos esforcemos para isso. Ou então não, acontece o contrário, caímos na realidade passados uns meses e vemos que se calhar tudo não passou de uma farsa, como se num mesmo tabuleiro essa pessoa joga um jogo de xadrez e a pessoa apaixonada joga damas. Estão ambas no mesmo tabuleiro, mas por diferentes razões, umas mais cínicas e mais a pensar friamente e objectivamente em alguma coisa que eu certamente não faço a mínima ideia do que seja. As outras jogam damas, simplesmente porque é divertido e mais simples, como amar alguém deveria ser, simples. Pessoalmente, jogo damas, não percebo nada de xadrez, há demasiadas variáveis e demasiadas possibilidades para se perder algo.
Não devia haver rodeios quando se conhece alguém, devíamos ter algo como um profile instantâneo, ou um cvs com todos os nossos defeitos e com todas as reais qualidades que possuímos.
No amor, e no conhecimento interpessoal não devia haver desilusões, ou enganos, ou hipocrisias, o que ganhamos com estes pedaços de manto roto? O que ganhamos em mentir a alguém? O que podemos ser se criamos expectativas irreais nas pessoas, e se o único caminho para a felicidade com essa pessoa vai dar a um precipício? 
Mas: 
"Se formos calados e estarmos prontos o suficiente, conseguiremos encontrar compensações em cada desilusão."
- Henry David Thoreau

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