sábado, dezembro 14, 2013

#Uma voz

Existem cantores que com apenas uma canção específica, com a sua voz inteligivel conseguem acender um interruptor emocional. São canções que despertam em nós uma resposta inegavelmente sempre parecida, quase como um reflexo de Pavlov, que geralmente são emoções que existem dentro de nós, mas que geralmente não estão despertas. São emoções que vivem à flor da pele, sem nunca darmos por elas, passam despercebidas, não as "sentimos" dentro de nós, não sabemos que existem na maior parte do tempo, mas no entanto basta acender-se o rastilho emocional criado pela voz e pela canção e lá vamos nós, numa roda viva de emoções, nem sempre felizes.

A voz dele cria em mim uma espécie de vácuo, um vazio, uma melancolia profunda, que não consigo explicar claramente, nem que me fossem dadas todas as palavras em todas as línguas do planeta, eu sequer conseguiria exprimir completamente o que me vai dentro do coração a cada canção dele. A cada silvo do piano, a cada suspiro da sua voz, a cada dedilhado da guitarra, e a cada final de frase sinto a minha alma um pouco mais lúgubre, e a tentar fugir de mim. Não sei explicar este sentimento de profunda melancolia, de onde vim não se aprende nada sobre a não felicidade, sobre o estarmos solitátios e deixados à nossa sorte, lá são todos felizes, cada um na sua vida, com os seus carros, suas casas, suas alianças e os seus filhos, não perfeitos, mas perfeitos uns para os outros. E eu aqui, sozinho, abandonado ao sabor da voz de um homem.

Nunca deixa de ser um hipnotizar dos meus sentimentos, transformando-os em algo inexplicável, não sei mais o que sentir, inicia-se dentro de mim um caos de amplitude cósmica, todas as minhas partículas se alteram ao mínimo sinal da tua voz, tornando-se assim um complemento pessoal da tua voz de timbre geralmente agudo.

Não fui criado para ser um membro estranho na sociedade, por vezes sinto-me perdido e não consigo descobrir sentido em nada, tudo parece fora do seu lugar e todas as coisas parecem-me apenas formas aleatórias, onde não descubro o que fazer com cada uma delas.
Aí, a tua voz torna-se num farol para os meus sentimentos, e que me ajuda a me encontrar.

terça-feira, dezembro 10, 2013

#Delírios




"Não sei quanto tempo é necessário para nos apaixonarmos. Nem sei quanto tempo é suposto sabermos que nos vamos apaixonar por alguém. A vida é tramada quando estamos à espera das convenções sociais para assumir um sentimento, como é que podemos definir o momento certo para definir o sentimento, ou par admitir que temos esse mesmo sentimento dentro de nós? As pessoas simplesmente não sabem por vezes ver, se um casal está apaixonado, ou melhor, se duas pessoas estão apaixonadas.
As historia de amor são cada vez mais raras, e quando não são raras, são cada vez mais inóspitas, criadas em histórias mais ou menos fantasiosas, e que por vezes soam o ridículo, mas que são sempre verdade. Não acredito que amor seja a mesma coisa que paixão. A paixão é mais inebriante, tira-nos o fôlego, tolda-nos o cérebro, expande a nossa impulsividade, e leva-nos a fazer coisas que talvez nunca o fizéssemos de outra forma. O amor é gostar de tudo o que a pessoa é, todos os seus defeitos, todas as suas qualidades, todos os pequenos problemas e todos os grande feitos, viver para essa pessoa vivendo ela também para nós, com o objectivo de sermos felizes.
Não sei quanto tempo é necessário para nos apaixonarmos, mas vivo no dilema de dizer a verdade, dizer-te que vives iludida dentro da tua própria mente, que isso são só rasteiras que o teu cérebro quer pregar ao teu coração, dizendo que não deves ficar comigo, nem com ninguém. O teu cérebro quer dizer-te que não és capaz de amar novamente, mas o teu coração pede por mais todos os dias, eu também quero mais, quero sair deste marasmo em que me deixaram, neste ponto a meio do caminho entre o céu e o inferno, e quero subir e não mais voltar a descer. Não sei dizer se nos teus olhos senti o cheiro do mar, o cheiro de areia molhada, onde quero assentar os pés, e viver na onda do calor. Não quero saber quantas mãos já sentiram as tuas linhas, nem quantos lábios te sentiram o sabor. Pouco me interessa quem te fez mal (apenas gostava de os fazer desaparecer de ti), porque só te quero fazer bem, no mundo em que vivo reprimo ao máximo a negatividade e acredito sempre na esperança.
Pode não haver lugar para "nós" na minha e na tua vida, a equação "nós" pode ser um ridículo vazio de espaço e de tempo, em que o resultado é simplesmente nulo, mas nunca forçaremos os números, nem nunca os desmentiremos a sua certeza. 

O teu coração ficou perdido no pacífico, talvez já role nas ondas do Havai, ou por outro lado esteja a dar à costa num qualquer país oriental, levado por algo ou alguém que  não soube apreciar a tua intensidade. 
E eu não sei o que é correcto ou errado, não sei se hei-de sentir ou de pensar, ou no que hei-de querer, ou o que desejar, o que sinto neste  momento é que o meu coração é um novelo de cetim vermelho, onde ambas as suas pontas ficaram presas no interior, procurando alguém que saiba pegar nessas pontas, emaranhadas numa imensidão de sentimentos."

sábado, novembro 16, 2013

#Oportunidade

Uma oportunidade... e os teus olhos nunca mais serão os mesmos.
Uma oportunidade... deixa-me afagar o teu gosto.
Uma oportunidade... apreciar os teus ângulos, ver a tua silhueta, descobrir todos os pontos de equilíbrio do teu corpo.
Uma oportunidade... para tu me deixares mostrar-te o mundo, expandir os teus horizontes e seres verdadeiramente tu. Para que nunca mais te esqueças que ninguém de define, 
Uma oportunidade... de te mostrar a minha música, deixar-te levar pelos sons da minha voz
Uma oportunidade... pela primeira vez deixar-te sentir o que é realmente o amor, sentir cada pedaço de mim e sentir cada que há algo de verdadeiro, algo de puro.
Uma oportunidade... e nunca terás de saber se erraste, de sentires que tens pouca coragem, de sentires que mereces mais. É a tua vez de ser feliz, e estar cómoda não é estar feliz, estar feliz é estar num plano no céu, onde nada te incomode, e tudo te conforta. Quero ver-te sentir a verdadeiro paixão e que testemunhes uma compreensão incompreensível.
Uma oportunidade... para tentares descobrir o que realmente sinto.
Uma oportunidade... e verás que nunca serás feliz noutro lado.
Uma oportunidade... saberás com que deves passar o resto dos teus dias.

sexta-feira, junho 28, 2013

#Desejo

Sou impaciente quando desejo.
Quem deseja não pode ser paciente, porque a paciência é uma virtude, e o desejar tem malícia, não é virtuoso, tem malícia de se querer mais, de arrancar a outra pessoa da sua existência, tomar o seu corpo e sua alma e absorver tudo o que desejamos, absorver essa pessoa. O desejo tem origem naquilo que de mais intimo tenho em mim, não chamemos esperança, chamemos-lhe antes uma crença, o desejo é acreditar que o que desejamos é o mais certo para nós. Que esse alvo do nosso desejo nasceu para estar conosco, acreditamos que o desejo é a configuração da esperança num mundo melhor.

Desejo(-te),

porque desejo ter esperança,
porque desejo que o meu sofrimento tenha fim,
porque a cor dos meus olhos não interessa, interessa a cor das minhas palavras e a convicção com que as digo,
porque o mundo me deixou sozinho, e encontro em ti a minha paz,
porque encontro em ti um sorriso maior que a cicatriz que trago no meu peito.

Diz-me: 
Quantos barcos se perderam para verem os teus olhos?
Cairei, em qualquer altura, titubeante aos teus pés.

terça-feira, maio 28, 2013

#Endeusar

"Endeusei-te, e ainda não te conheço. Para mim já és o pináculo da perfeição, não és um objectivo, mas uma meta, algo que almejo a conseguir para a minha vida. Em ti reconheço a criação, a obra de um deus, não importa se menor ou maior, mas vejo realmente a obra de um deus, um deus que decidiu dar aos seus seguidores uma razao para viver, uma razao para observar tudo o que esta à sua volta. 
Endeusei, e ainda não te conheço. Aprendo constantemente a dar valor ás pequenas coisas, aprendo a valorizar cada um dos teus olhares, aprendo que valorizar um riso sincero é meio caminho andado para fazer alguém feliz, aprendo a valorizar que no amor todos os pequenos gestos se tornam grandes onde mais importa. 
Endeusei-te, e ainda não te conheço. Aconteceu a partir do primeiro momento em que os meus olhos te encontraram, pequenos e de avelã não se esqueceram de ti, e alimentam a chama de ficarem mais perto dos teus, a cada dia que passa. 
Endeusei-te , e ainda não te conheço. Nao sei se chamam a isto um romance platónico, mas gostar de alguem que não conhecemos, pelo menos profundamente, é algo que soa simplesmente muito difícil de acontecer, mas no entanto aconteceu comigo, ficar afim de ti, de te conhecer cada vez mais, e tentar descobrir quem és, o teu âmago, muito em ti me chama, sonho acordado contigo, dou por mim parado no tempo a pensar no "E se..." tal e qual como se fosse um adolescente outra vez, penso essencialmente no momento hipotético de te encontrar nos meus braços de olhos semicerrados à espera ansiosamente de um beijo, quase a implorar. 
Oh, um beijo longo. Quanto da minha vida sacrificaria para estar contigo, nao apenas contigo um momento, sacrificaria a minha sanidade para estar contigo para sempre, e para sempre, é para sempre, lado a lado, até ao fim. Não quero momentos bons e um coração despedaçado no fim, quero uma vida e a tua mão dada na minha, para sermos felizes ad eternum
Nao sou mais um pobre rapaz, quero mais, quero ser mais, e ocupar mais espaço na vida de alguém. Quero sentir que quando estivermos tudo a nossa volta nao passa de um zumbido, quero sentir que a minha vida tem um propósito, quero receber tudo e dar ainda mais em troca, quero amor, quero paixão, quero ferro e fogo, quero sem limites, quero viver ao máximo, sem nunca desistir da felicidade.

Nao te conheco, mas se tu, Deusa, gostares de mim, darei tudo por ti."

sábado, maio 25, 2013

#Reflections

“Ele nunca a tinha visto, e acho que ela ainda nem sequer reparou nele, até aos dias de hoje.
Ele não andava à procura de nada, só queria diversão com os seus amigos. Ele já não  sentia o fogo do amor há algum tempo, não sentia chamamento algum por alguém há tempo demasiado. Tudo na sua vida tem acabado duma forma abrupta, e nem sempre amigavelmente, já teve a sua dose de chatices, e de amores desencontrados. Já encontrou amor onde não esperava e encontrou ódio em sítios que o semeou. Mas de há tempo até aí, ele só tentava encontrar o melhor caminho para voltar a ser bom o suficiente para encontrar alguém que um dia se pudesse apaixonar por si, e por aquilo que era.
Ele reparou nela, não havia outra hipótese, era a rapariga mais bonita da sala, a uma distância considerável das restantes. Sentiu que dela emanava algo especial, não sabia se era uma luz que vinha do seu sorriso, ou uma orientação implícita para a sua vida nos olhos dela, sabia apenas que a partir do momento em que o seu olhar cruzou com o olhar dela, ela passou a ser única para ele dentro daquele espaço e no seu pensamento. Passou a noite toda a pensar se iria ou não falar com ela, sentiu-se a aproximar, a cada pedaço de tempo que se esgotava a sua mente ficava mais indecisa.
Hoje percebe que ela o intimidou, era uma mulher, Mulher mesmo, e o seu vestido preto intimidou, mas sente que foi um cobarde, e isso reflectia a sua vida, é uma metáfora perfeita, tinha medo de arriscar, medo de ser mais, medo de ser feiz, e medo de ser verdadeiro. Ficou com a imagem do vestido dela, com as costas abertas. As suas costas, a sua pele clara, um corpo delgado mas sensível, não frágil, queria poder tocar nela, e sentir que talvez tivesse ali uma oportunidade de ser feliz. Mas acobardou-se lá está, tinha medo de arriscar, medo de ser mais, medo de ser feliz, e medo de ser verdadeiro. Ele continuou invisível para ela, sem ser ninguém, totalmente indiferente.

O seu tempo não acbou, ele não desistiu, aprendeu com os erros, e quer oportunidades para mostrar que não é cobarde, e que está preparado para ser feliz, e encontrar alguém para fazer feliz, e a quem dar tudo. Espera encontra-la mais uma vez, para poder mostrar aquilo que realmente é.”

quarta-feira, maio 01, 2013

#Solidão


Ele andava a tentar levar a fundo uma reflexão sobre aquilo ou em quem é que ele se tornou no presente, tentou descobrir o que se passava com ele, porque é que o coração dele não fazia tic-tac-tic-tac, como o de outro ser humano qualquer; ele só queria honestamente saber como se sentia, não tinha noção do que se passava dentro dele, não sabia mais quem era e naquilo que se tinha tornado, mais do eu nunca encontrava-se numa fase de auto-descoberta, numa fase de tentar ser genuíno e agir de acordo com aquilo que sentia, tentava re-descobrir aquilo que o motivava no que o rodeava, o que fazia andar aquele quilómetro a maus. 
Mais do que nunca sentia-se estranhamente abandonado, como se tivesse sido largado numa ilha deserta, sem ninguém pronto para o ouvir, os seus pensamentos eram tantos e tantas coisas passavam pela sua cabeça que nunca mais teria direito a pensar outra vez no mesmo assunto, sentia que fora deixado num local onde a morte nunca havia passado e onde existia apenas solidão, solidão crua que  assistia ao definhar do seu ser e de sua vida. Sentia-se a tornar num pedaço oco de vida, um objecto sem fim útil, apenas um bocado de existência que nao preenchia nada, apenas um buraco que se preenchia a si mesmo, um buraco de coisa nenhuma. 
A sua vida havia sido feliz, tinha vivido tudo o que amor tinha para oferecer, haveria sentido tudo, desde a felicidade extrema a dor excruciante, tinha passado por uma vida desafogada, nunca lhe havia faltado nada nem nunca sentira que a sua vida não estava preenchida, até ao momento em que o seu mundo desabou. A partir dai nunca mais foi o mesmo, todos os pedaços de si se estavam a extinguir, deixou de parecer acompanhado no que sentia, sentiu-se abandonado e todos sabemos quão mau é o abandono, so poderia ser pior se esse abandono viesse acompanhado pela pena de alguem pela figura em que ele se ameaçava tornar. A amargura da desilusão e da solidão, tem um gosto ferroso, quase como sangue, só que mais doloroso.
Desejava dar-se a conhecer, queria intensamente sair da caixa em que se encontrava, descobrir sair um mundo mundo, sentia-se preparado para ser abençoado pela companhia de alguém, e deixar de ser um peso morto, sentia que os seus azares e a sua má fortuna ja haviam passado. 
Não quer voltar a ser um peso morto, uma sombra, um fantasma, porque sabe que ninguém vê os fantasmas, e que ninguém dá valor à sua própria sombra. Quer voltar a existir e sentir que é válido, e que sobretudo não é feito de vazio.

sábado, abril 06, 2013

#Fantasias de Água e Fogo

"Gostava de ser sempre o homem que penso que sou.
Sinto duma forma assoberbada, quase delirante, corre-me nas veias um sangue latino, não o consigo negar, vivo para o limite, para ter tudo e nunca ficar sem nada. Vivo para me entregar, como se cada aspecto da minha vida, cada pedaço do que faço fosse a minha última acção sobre o planeta. Cada um tem de mim o que quer, nasci assim, nasci para não me negar a nada, nasci para ser o mister nice guy, nasci para ser bom, demasiado bom, e irritantemente agradável.
Isto tem sempre os seus contras, ser boa pessoa, e tentar agradar razoavelmente a toda a gente que nos passa no caminho não é um trabalho fácil, estamos sujeitos a desgostos e a desilusões. Não é que tu sejas um desgosto, porque desde o inicio foste clara comigo, e sintetizaste bem o que podia ou não acontecer. Também tenho a certeza que posso dizer, que nunca serás uma desilusão. Sei bem no que me inseri no início, sabia das tuas dificuldades, dos teus medos e das tuas convicções. MAs acredito que mais do que ninguém, eu podia limpar esses medos, passando a mão no teu cabelo e dizendo o que precisas de ouvir, podia ajudar a superar as tuas dificuldades dando-te a mão e subindo junto os degraus para o resto da vida, e podia abalar as tuas convicções, mostrando porque é que nunca ninguém está absolutamente certo e porque é que o mundo e a vida em geral não são imutáveis.
A minha personalidade nunca me trairá para fazer os outros sofrer outra vez, tento ser o melhor que posso todos os dias, todos os dias no final do dia reflicto sobre aquilo que não fiz tão de bom, penso e tento melhorar aquilo em que fui menos bom.
Tudo para que um dia a Água não me resista mais, eu sou o Fogo, e somos duas partes antagónicas, eu desejo-te em segredo, abafando os meus gritos de sofrimento, e estou separado de ti porque se um dia a nossa existência se combinar, a parte física de um de nós cessará, e tenho medo que seja sempre eu, porque sou sempre eu a ser elevado para outro patamar, para longe das pessoas e para longe de ti. E então resta-nos viver assim, eu a sofrer por um profundo amor platónico, sem hipóteses de seres minha, ansioso para que isso um dia acabe, para que eu me transforme noutra coisa qualquer, uma pedra, um peixe, ou simplesmente água, para viver profundamente dentro de ti, enraizado naquilo que tu és, e a partir desse momento convencer-te que o meu amor por ti é, e será sempre plenamente verdadeiro.

quarta-feira, março 20, 2013

"Olhei directamente nos teus olhos.
Faz tempo que nos aproximamos assim um do outro, porque um olhar decente em quem amamos, faz-nos perceber quão profundas são as raízes que nos ligam ao coração dessa pessoa. Faz tempo que o nosso amor anda desencontrado, passamos tempos de maior fulgor e maior necessidade em dias separados. Faz tempo desde que me apercebi que hoje não conseguiria amar outra pessoa qualquer, porque só a tua estranheza em mim, e a especificidade do teu ser me cativaram, e me fizeram por momentos plantar árvores na Lua. Faz tempo desde que começamos a falar, faz tempo que não somos honestos com aquilo que sentimos, ou com aquilo que dizemos que sentimos.
Não há nada mais neste mundo do que tu neste momento. Queria perder-me a todos os instantes, em todos os lugares, contigo. Mas há imponderáveis. Estamos separados por uma barreira psicológica, só queremos fazer o que é correcto, e na maioria das vezes, o amor não é fazer o que é correcto, o amor é fazer o que temos de fazer para tentarmos ser felizes.
O amor é mais do que uma rosa vermelha, ou uma caixa de bombons acompanhada de um ramos de flores. O amor é mais do que diamantes num pescoço nu. O amor, é mais do que um anel no dedo anular. O amor é mais do que um conjunto de sentimentos, mais do que um conjunto de factos, o amor não se mede apenas em gestos, e muito menos se mede em palavras. Amar alguém é sermos o que a outra pessoa precisa que nós sejamos, não é dar a mão e mostrar que não estamos sozinhos. Amar é compreendermos a outra pessoa, e sabermos a toda a hora do que a outra pessoa necessita, e conhecer essa pessoas como um mapa de nós mesmos.
Ficas branca quando digo que é a ti que amo, não sabes qual é a reacção que deves ter, não sabes se é a mim que sentes com todas as tuas forças. Se tens dúvidas não fiques comigo, não quero sentir-me como uma pessoas menor, e menos importante.
Acorda dessa ilusão que pensas ser a tua vida, eu estou aqui, agora só para ti.
Vem ser muito mais do que és agora. Vamos ser imortais, eu e tu."

domingo, fevereiro 24, 2013

#És minha

"Esquece.
Esquece o teu passado, esquece a tua vida anterior.
Não me interessa quantos erros cometeste no passado, não me interessam muito menos as pessoas que magoaste durante a totalidade da tua vida, e não me interessa mesmo se já fizeste alguém infeliz e se a tua vida não foi até hoje aquilo que desejaste.
Interessa-me o que podemos fazer juntos. Deixa a tua vida, não vás viver com ele, não fiques noiva dele, não te cases com ele, não tenhas filhos dele, e ainda menos não envelheças ao lado dele. Queres ficar com ele porque é seguro? Porque nunca te fez mal, ou porque tens uma dívida de qualquer espécie para com ele que eu não consigo perceber? 
Olha-me nos olhos, nestes olhos cor de mel, com pedaços de esperança que lhes dá sentido. Diz-me, tu e eu fomos feitos um para o outro não fomos? Partilhámos sorrisos e trocas de olhares como se fossemos dois seres dentro dum só, eu sou o céu e tu és as estrelas, separados somos engraçados, mas juntos somos perfeitos, a simbiose entre duas almas perfeitas. 
Mas tu agora dizes-me que vais ficar com ele para sempre, que tudo comigo não passou dum sonho, e que as nossas vidas seriam engano e que nada seria perfeito como imaginamos nas noites que passamos ao relento, nas noites em que observamos o céu e as estrelas, e o encadeamento dos planetas. Dizes que é demasiado bom para aquilo que mereces, que o teu destino é uma vida calma, sem paixão eufórica, sem corações desesperados nem saudades desmedidas, queres que ela vá seguindo o seu caminho, sem corações descompassados e sem picos de felicidade. Queres um longo percurso sem turbulência.
Tu és minha, serás sempre minha desde o dia em que as nossas mãos se encontraram, desde que os beijos se tornaram eternos. O nosso amor é dependência, dependemos um do outro para sermos felizes, é um vício que não se acaba, um vício que se deseja, um vício que não se quer largar. És minha porque escrevi nas estrelas, és minha porque desenhei nas formas do teu corpo o meu nome com a ponta dos dedos, és minha porque vi em ti tudo o que é o futuro, vi as nossas mãos deformadas daqui a 50 anos, e vi os nossos netos a correr no jardim da nossa casa.
És minha porque quando estou contigo o relógio pára, e o Inverno fica Verão. 

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Ainda mais pequeno conto #1


“Vejo-te todos os dias a passar ao pé de mim. Somos do mesmo sítio, foi a mesma terra que nos viu nascer, passo pela tua loja dezenas de vezes ao dia, somos praticamente da mesma idade mas tu mal sabes que existo, mas sempre que olho para ti vejo a pureza do sítio de onde somos, da vida que nos trouxe ao mundo, e da perfeição das coisas com que fomos criados.
Sei que já me viste, mas nunca olhaste verdadeiramente para mim. Mas eu sei que te conheço, porque te vejo em todo o lado, vejo-te quando passo por ti, vejo-te na delicadeza dos malmequeres do jardim da aldeia, vejo-te na pureza da água que passa azul pelas cascatas do monte, vejo-te em todo o lado porque tu és alguém que nasceu dentro de mim, estás presente em todos os momentos, em todos os instantes desde que te alcancei na minha visão. Vejo-te nos meus sonhos, e aí como nunca és o centro do meu universo, de todas as coisas possíveis, és a pessoa por quem o meu mundo se molda e se regenera, a razão de ser do amor.
Nasci para ser teu, sou-te natural como as nuvens para o céu, como as pastagens estão para o verde, ou como o amor nasceu para compreender a felicidade dentro dele. Hoje sei que te traí, porque todas as mulheres que passaram pela minha vida não foram mais do que efémeras, porque sabia que estava destinado a ti desde o princípio, e mesmo na impossibilidade de te ter, não devia ter conhecido mais ninguém para te tentar tirar da minha mente. És o destino final duma série de incidentes de amor.
Nunca irei interferir na tua felicidade, enquanto tiveres alguém, alguém que te dê o básico, não todo o amor que eu te poderia dar, mas apenas algum dele. Nunca irei desejar que sofras tendo como objectivo final o de seres feliz comigo. A tua felicidade será para sempre a minha felicidade, desde que estejas feliz serei sempre feliz, comigo em sim, tudo o que importa és tu.
Para sempre.”

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

#14 de Fevereiro e outras assunções

Nunca gostei do dia 14 de Fevereiro, ontem vi-o mais uma vez como apenas mais um dia da semana. Sintam-se livres para pensarem de mim, o que bem entenderem, seja um sentimento de partilha de pensamento, ou então só mesmo aquela vontade angustiante de injúria.
Quando a este dia totalmente inventado por ter existido um suposto santo, que era um pinga-amor pelos vistos, este dia chegou-se a celebrar como uma data festiva no calendario católico, mas a partir de 1900 e troca o passo, a Igreja retirou-o das festas oficiais, por não existirem provas absolutas da existência de um suposto santo com esse nome. Ora bem, toda esta mística de falsidade persiste até aos dias de hoje, porque um dia dos namorados? E não um dia dos viúvos? Ou um dia dos separados, mas ainda juntos? Ou um dia dos divorciados com custódia partilhada dos filhos? Admito que nenhuma das minhas sugestões vende tanto como o facto de se aproveitar um "santo" casamenteiro para celebrar o dia dos namorados, sim homens que celebram este dia, este santo é casamenteiro e não namoradeiro, por isso quando derem por ela estão enfaixados que nem uma pequena pomba branca.
Irrita-me o facto de ser necessário um dia para os namorados, como se todos os dias não fossem bons o suficiente para namorados, casados, solteiros e seja o que for celebrarem com alegria o amor que une duas pessoas. Duas pessoas apaixonadas nunca deveriam precisar do dia dos namorados, porque o dia dos namorados é como o Natal, se for real o amor que os une deve ser celebrado todos os dias, todos os dias seriam bons para um gesto romântico, todos os dias deveriam de ser dias de surpresas infindáveis, todos os dias mereceriam ser celebrados, por sermos felizes, por não terem que procurar a pessoa certa outro dia da sua vida, por terem a mínima certeza que podem ser felizes com a pessoa com quem estão.
Eu estou solteiro, e admito que a minha tristeza neste dia é ainda mais acentuada por não ter ninguém, mas desde que me conheço nunca o festejei, porque acho que é um dia feito apenas para o comércio de coisas romélicas e não românticas.

Como adenda a este dia e a este texto relativamente descontente acresce o facto de nestes dias geralmente ter surpresas muito pouco agradáveis sobre pessoas que eu pensava sinceramente conhecer. Porque é que as pessoas tem a tendência desagradável para desaparecer de vez em quando? Porque é que existe a necessidade de nos ocultarem coisas? Eu não me importo que as pessoas arranjem um (a) namorado/a, até acho bem, e fico felizes por elas. Só que prefiro que me digam em vez de fugirem sobre o assunto, e fugirem de mim como o diabo sobre uma cruz. A ser magoado prefiro ser magoado com frontalidade, do que ter a sensação que me espetaram uma faca nas costas e me ocultem factos. A sério que as pessoas são assim? Que têm esta necessidade? 
Bravo, só para essas pessoas.

domingo, fevereiro 10, 2013

Parabéns N.


Olá N., 
Antes de começar quero deixar claro que não estou apaixonado por ti, apenas pelo simplesmente facto de não poder estar apaixonado por ti. Não precisaria sequer de esforço para que isso acontecesse, encararia isso apenas como mais uma circunstância natural da vida. Passamos muito tempo há procura de respostas para o que queremos sentir, ou para o que queremos viver, e de certo modo vejo isso e ti, vejo em ti algo do que queria na minha vida, alguém que fundamentalmente me perceba.
Não vai assim há tanto tempo que nos conhecemos, não mais de um ano, fundamentalmente menos de certeza, e só nos últimos tempo começamos a falar com mais assiduidade. Mas acho que te vejo claramente desde o primeiro dia. És uma pessoa com dificuldade em falar dos sentimentos, eu percebo isso, certamente porque a vida e as pessoas já te pregaram algumas partidas, mas tenho a esperança que não mudes, que continues com o teu sorriso cândido e ternurento assim como te vejo, e que nunca percas a boa disposição que tens em 95‰ por cento dos dias.
Adoro o facto que me compreendas, e adoro o facto de eu te compreender, e que muitos dos nossos pensamentos e ideias vão ter ao mesmo sítio, ó soul mate. :P
Tem um dia muito feliz, e nunca te esqueças que estarei sempre aqui para ti, seja quais for o ponto em que nós estejamos.
<3 br="" n.="">Beijinhos :)

domingo, janeiro 27, 2013

#Fim do Mundo

"Não sei quanto tempo passou.
Todos os sinais de fim de mundo deram-se ao ocaso. Desde que fugimos, eu e tu, perfeitos desconhecidos até há pouco tempo, o mundo estava a definhar, revoluções, intempéries, degelo, terramotos, vulcões a explodir, todo o tipo de catástrofes naturais e humanas começaram a acontecer, como que o fim do mundo fosse uma harmonia de desastres catastroficamente belos.
Não sabia o teu nome, mas soube no momento em que tivemos a oportunidade de nos refugiarmos neste sítio que a nossa aventura mal tinha começado, fugimos de tudo e conseguimos abrigar-nos num sítio que é uma mistura de um oásis com um éden na terra, onde todas as catástrofes se esqueceram de passar. A partir do momento em que nos deslocamos dias a fio, lado a lado, com uma mochila ás costas a fugir do fim do mundo, parecia que uma nova vida se estava a levantar, e que nós éramos de novo Adão e Eva, prontos para voltar a popular o mundo. Só que tu não sabias. Acho que ainda não desconfiaste.
Neste momento, olho para ti, e vejo um enigma. Estamos no ponto mais a sul que podemos, junto à última falésia deste sítio, e aproveitamos para comer algo que procuramos. Não vou dizer que é o pôr-do-sol, e que é maravilhoso e que tu és linda que até me fazes chorar à noite (sim, as lágrimas que ouves não são pelo fim do mundo, são por ti, que estás 10m ao lado e eu não sei o que te dizer). Vou simplesmente dizer que esperei todos os momentos da minha vida por um momento como este, ter alguém que quero, numa posição previligiada, num sítio fantástico e uma oportunidade única.
O teu aspecto não engana, tens altura de modelo de passarela, e a tua beleza, nem vamos entrar por aí. O que mais me importa é a maneira como te agarras a mim, quando tens medo, a maneira como me olhas nos olhos quando me vês a primeira vez de manhã, o dourado da tua pele a sobressair dessas vestes gastas, a tua falta de preocupação como te vêem, e a maneira como troças da beleza.
Eu só quero chegar à tua beira e dar-te a mão, dar um pequeno beijo, e dizer-te que não vamos voltar ao fim do mundo, que devemos ficar juntos, e que os dois juntos seremos tudo no meio do nada."