Quando vim para Lisboa não associava a cidade a nada. Sinceramente, só me apetecia estar longe da cidade, quando cá chegava só queria voltar para o Norte, para a minha terrazinha do interior, hoje já não funciono bem assim. Quer dizer, continuo a ter uma vontade extrema de ficar no Norte, pertinho dos pais, dos amigos mais antigos e sobretudo da namorada. Mas algo na minha vontade mudou, ou então algo mudou na maneira como vejo a cidade hoje em dia.
Lisboa no Verão não é uma cidade linda, pode ser engraçada mas não é linda, sabemos que as pessoas ficam melhores no Verão, mais bem-dispostas, mais à vontade e com o espirito mais aberto.
Eu acho que agora que veio o início do Outono, vejo Lisboa como a cidade perfeita para o Outono, apesar de eu não gostar muito do Outono. Para mim Lisboa cheira a Portugal antigo, ao Portugal do Marquês, ao Portugal Terra dos Melancólicos, a Portugal Terra do Fado. Com isto não quero dizer que Porto, Braga, Guimarães e Coimbra não sejam nada disto, apenas acho que Lisboa encarna melhor este espírito.
Na Rua Augusta nestes últimos dias quando passo por lá há dois ou três momentos que me marcam especialmente, exactamente por cheirar a Portugal antigo e melancólico. O primeiro é um senhor pobre que está sentado num banquinho, e que com uma harmónica pequenina já desprovida do timbre, da afinação original em que soaria melhor dá notas que parecem tiradas dum conto português, ou dum Livro de História de Portugal. São um conjunto de notas tristes que me fazem imaginar na Rua Augusta há 250 no tempo do Marquês, ás quais se podia jantar uma senhora já velhota mais à frente a cantar um fado a capella, em que a letra triste nos inunda de emoções melancolicas e pesarosas como que calcadas por um dos cavalos do nosso 1º Afonso.
As castanhas tão naturais deste tempo tambem dão uma nostagia, como que cheiro delas me faça esquecer do cheiro nauseabundo da poluição automóvel que corrói os prédios do Marquês, e que me traga os cheiros do Marquês.
Com o Porto é diferente, Porto para mim é quase uma cidade inglesa, tudo nela me faz lembrar os ingleses que ficaram há 120/130 anos e que construiram os seus edifícios típicos. O Porto é simplesmente perfeito, cinzento e lúgubre.
*
Lisboa no Verão não é uma cidade linda, pode ser engraçada mas não é linda, sabemos que as pessoas ficam melhores no Verão, mais bem-dispostas, mais à vontade e com o espirito mais aberto.
Eu acho que agora que veio o início do Outono, vejo Lisboa como a cidade perfeita para o Outono, apesar de eu não gostar muito do Outono. Para mim Lisboa cheira a Portugal antigo, ao Portugal do Marquês, ao Portugal Terra dos Melancólicos, a Portugal Terra do Fado. Com isto não quero dizer que Porto, Braga, Guimarães e Coimbra não sejam nada disto, apenas acho que Lisboa encarna melhor este espírito.
Na Rua Augusta nestes últimos dias quando passo por lá há dois ou três momentos que me marcam especialmente, exactamente por cheirar a Portugal antigo e melancólico. O primeiro é um senhor pobre que está sentado num banquinho, e que com uma harmónica pequenina já desprovida do timbre, da afinação original em que soaria melhor dá notas que parecem tiradas dum conto português, ou dum Livro de História de Portugal. São um conjunto de notas tristes que me fazem imaginar na Rua Augusta há 250 no tempo do Marquês, ás quais se podia jantar uma senhora já velhota mais à frente a cantar um fado a capella, em que a letra triste nos inunda de emoções melancolicas e pesarosas como que calcadas por um dos cavalos do nosso 1º Afonso.
As castanhas tão naturais deste tempo tambem dão uma nostagia, como que cheiro delas me faça esquecer do cheiro nauseabundo da poluição automóvel que corrói os prédios do Marquês, e que me traga os cheiros do Marquês.
Com o Porto é diferente, Porto para mim é quase uma cidade inglesa, tudo nela me faz lembrar os ingleses que ficaram há 120/130 anos e que construiram os seus edifícios típicos. O Porto é simplesmente perfeito, cinzento e lúgubre.
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