quinta-feira, dezembro 06, 2012

Lá fora, está escuro como se o universo se tivesse transportado para a superfície da terra, o vento é frio e enregela-me as costas duma maneira cortante, que faz com que eu não sinta nada. A chuva não para de cair, é como se estivesse a corresponder a um desejo de tristeza da minha parte, a um súbito e recorrente trejeito de melancolia, que se encontra embrenhada nas profundezas da minha personalidade e da maneira como cresci e do que me tornei. Sou um ser fechado, a quem custa arrancar sentimentos, e que só faço questão de os dizer se não houver mais nenhuma maneira de contornar essas perguntas.
Simplesmente, ha dias em que queremos que o Inverno seja eterno, que deixe de ser uma simples estação e se torne num modo de vida, que as pessoas se tornem mais frias, mais directas e frontais, e que nos digam o que pensam de nós, sem que haja um mínimo de caridade, tornaria o mundo mais simples por vezes, acabava-se a inquietude e a angústia de saber o que querem de nós, o que fazemos em termos de sermos indiferentes ou não.
Sou um tipo absolutamente normal, fisicamente razoável, sem beleza aparente, e apenas com uma personalidade que espero que achem melhor que a parte física combinada,e custa-me que me vejam como algo inatingível, como alguém que é snob, que não fala com pessoas feias, ou gordas, ou que escolhe as suas amizades e as suas companhias através da beleza exterior. 
Não faltava a confiança que falta em tudo o que faço nos últimos tempos, que me faz sentir basicamente como um inútil e um fardo para todos os que tem de levar comigo. E agora isto.

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