terça-feira, maio 10, 2011

Tempo #3

Talvez o tempo tenha sido o conselheiro que me faltava, porque hoje vejo claramente todos os erros que cometi, e todos os problemas que criei. Consigo ver nos meus iguais aquilo que fui, o que fingi, as vezes em que pensei que estava tudo bem, as vezes que apaguei os erros com um sorriso com um sombreado negro, as vezes em que me senti um pedaço de terra que merecia ser empurrado para baixo, sei os erros que cometi, e hoje isso faz de mim um observador atento.
Não sei o que quero neste momento, não me sinto pronto para amar alguém, para me entregar o livro que sou completamente. Sinto que neste momento sou o homem só, que não tem recordações negras do passado, que usa o que fez de errado no passado para gravar na sua mente e aplicar na sua vida do presente, para o saber usar no futuro, e que quando chegue a hora de voltar a dizer a palavra sagrada, tem a certeza que o diz com todo o coração.
Quero um dia poder esquecer todos os meus medos, de me assumir alguém com outra pessoa, quero dizer abertamente o que sou, quero poder dizer que fui meloso, quero poder dizer que sou romântico, quero poder dizer que sou apaixonado. Quero enterrar os meus medos e poder explodir de alegria quando souber que o sinto é correspondido do outro lado. Quero poder apaixonar-me duma maneira estranha, mas ainda assim totalmente arrasadora. Quero acordar de noite a desejar uma mensagem da pessoa que gosto. Quero poder virar-me para o lado e poder agarrar alguém com a força de mil homens. Quero um amor que a distância não pode separar, que a vida não pode quebrar, suportável à distância apenas porque o segundo em que os nossos corpos se encontram ser o momento do extâse.
Quero perder-me em pensamentos.
Quero poder ser aquilo que nunca fui.
Quero ser o alguém de alguém.

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