quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Ainda mais pequeno conto #1


“Vejo-te todos os dias a passar ao pé de mim. Somos do mesmo sítio, foi a mesma terra que nos viu nascer, passo pela tua loja dezenas de vezes ao dia, somos praticamente da mesma idade mas tu mal sabes que existo, mas sempre que olho para ti vejo a pureza do sítio de onde somos, da vida que nos trouxe ao mundo, e da perfeição das coisas com que fomos criados.
Sei que já me viste, mas nunca olhaste verdadeiramente para mim. Mas eu sei que te conheço, porque te vejo em todo o lado, vejo-te quando passo por ti, vejo-te na delicadeza dos malmequeres do jardim da aldeia, vejo-te na pureza da água que passa azul pelas cascatas do monte, vejo-te em todo o lado porque tu és alguém que nasceu dentro de mim, estás presente em todos os momentos, em todos os instantes desde que te alcancei na minha visão. Vejo-te nos meus sonhos, e aí como nunca és o centro do meu universo, de todas as coisas possíveis, és a pessoa por quem o meu mundo se molda e se regenera, a razão de ser do amor.
Nasci para ser teu, sou-te natural como as nuvens para o céu, como as pastagens estão para o verde, ou como o amor nasceu para compreender a felicidade dentro dele. Hoje sei que te traí, porque todas as mulheres que passaram pela minha vida não foram mais do que efémeras, porque sabia que estava destinado a ti desde o princípio, e mesmo na impossibilidade de te ter, não devia ter conhecido mais ninguém para te tentar tirar da minha mente. És o destino final duma série de incidentes de amor.
Nunca irei interferir na tua felicidade, enquanto tiveres alguém, alguém que te dê o básico, não todo o amor que eu te poderia dar, mas apenas algum dele. Nunca irei desejar que sofras tendo como objectivo final o de seres feliz comigo. A tua felicidade será para sempre a minha felicidade, desde que estejas feliz serei sempre feliz, comigo em sim, tudo o que importa és tu.
Para sempre.”

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