sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O Corpo

"O tempo sara, não cura."
O tempo tem de me deixar passar, deixar-me atravessar esta crise de confiança e desconfiança sobre mim, mas sei lá no fundo muito bem, que só eu posso fazer com que a tempestade pare, e que os raios fortes de sol comecem a raiar, como uma bonança que vem para nos afagar o coração, enche-los de brio e felicidade.

Sei bem que os erros que cometi não se vão apagar como simples erros ortográficos que nunca mais vão voltar a acontecer. Sei que preciso de gestos, muitos gestos bons, uma montanha enorme carregada de gestos bons, para apagar os muito maus que cometi. Por isso, o meu objectivo com este texto não é apenas dizer coisas bonitas, nem ser superficial, ou transparente, porque não sou assim, sou uma pessoa carregada de emoções sejam elas boas, ou más. Vejo o texto como um mea culpa (minha culpa), e não como uma absolvição final, que acabe de vez com o que é mau. Não é só um texto, é um reconhecimento público do que és para mim, mais em termos físicos.

***

Para mim, o teu corpo nunca será um corpo, terá de ser sempre mais do que isso, mais do que carne, músculos, ossos e tendões. O teu corpo terá sempre uma cara associada, e essa mesma cara, não é apenas mais uma cara, é a tua cara. Aquela que traz consigo os olhos castanhos cor de Outono, que são castanho-acobreados, um castanho muito vermelho e muito pouco vulgar, que faz lembrar os finais de pôr-de-sol, muito etéreos, mas fazem-me lembrar o México, sobretudo naqueles desertos áridos avermelhados, exactamente fantásticos no pôr-do-sol. Aquelas faces que trazem uns lábios pouco vulgares, vermelhos viçosos e grossos, suaves e cremosos, gostosos e de perdição, que ajudam a criar aquilo que toda a gente diz que é uma das tuas melhores qualidades, o teu sorriso. Ele é grande, criando uma paisagem de acolhimento para os olhos alheios que vêm nele um pouso para uma nova amizade, ou o calor de uma pessoa boa, eu chamo-lhe fantástico, mas muitas mais coisas podia chamar. È um sorriso de perdição.
O teu corpo é atraente e sensual duma forma como nunca antes vi. Não tem imperfeições. Não estou a dizer isto apenas porque te amo, estou a dizer porque o sei, fico regalado quando o vejo. Tens o umbigo mais perfeito do mundo, embora não gostes de umbigos, acho que o teu é redondinho, sem cotão, encantador de uma forma totalmente nova. Tens uma linha abdominal e uma barriga invejáveis, sem gordura, nem pedaços de carne a mais, tudo na tua barriga parece feito de forma simétrica, de acordo com as noções de Apolo, daquilo que ele desejaria para si. Os teus peitos tem a forma exacta que deviam ter, não são grandes nem são pequenos, são perfeitos, correm e identificam-se de uma forma totalmente harmoniosa com a linha da barriga. Mas falta a pele, a pele é algo de verdadeiramente extraordinário, fazes-me lembrar uma princesa libanesa, porque tens uma pele mais escura que a portuguesa comum, e eu gosto muito, como se te quisesses distinguir ainda mais do que te rodeia. Ela é suave e delicada, e os beijos que lhes dou são os mais intensos que podia alguma vez dar.
Não sabes quão bom é poder abraçar-te, sentir-te, sentir o teu corpo harmonioso e feito com as linhas mais perfeitas dos melhores artistas, com uma sensatez absoluta de um corpo invejável, e incomparável. Tudo o que fiz no passado não significa nada com o que sinto agora ao pensar no teu corpo, não sei como antes não pensei tanto nele, erradamente não lhe dava o valor que ele merecia, mas agora dou, porque sei que é o único que desejo ardentemente e o único que me atrai duma maneira insuportavelmente boa.

És incomparável.**
Margherita d' italia.**

3 comentários:

Joana disse...

Um templo do Amor. (O corpo, o dela para ti, e este texto.)

Muito, muito bonito, Pedro.




Jinhos.

Maria Rita disse...

Nada [-nada mesmo] se resolve com palavras. É com actos. Com formas de saber como proteger os outros. Amei o que escreveste; mesmo muito, e não precisava de dizer-to aqui porque já sabias. Mas sabes que isto não é 'nada'. Que não é isto que volta a reconstruir o melhor ano da minha vida que entretanto apaguei de dentro de mim.

E tu sabes que eu te vou amar sempre, da mesma forma que tu a mim, independentemente do que façamos da vida (e na vida).*

Maria Rita disse...

STAATPS*