quarta-feira, junho 23, 2010

Ser melhor

O que será crescer?
O que implica isso? Será bom ou não?
Os arautos da desgraça dizem sempre que tens de crescer, tens de ser maior, ter mais responsabilidades, ser mais humilde, e ter fé que o trabalho subterrâneo que fazes acabe por dar certo. Mas será crescer um processo doloroso do tempo, que demora anos, quando para variar, nós queremos resultados directos e rápidos?
Tenho quase a certeza que sim, só querendo crescer e tentar tomar passos pequenos nos leva a crescer mesmo. Os passos grandes acabam geralmente por ser demasiado grandes, e pouco estáveis. Nas pequenas decisões da vida reside talvez o crescimento do homem enquanto ser com personalidade, nos pequenos detalhes e nas decisões correctas daquilo que devemos ser, talvez se possam confirmar com certeza algum tempo mais tarde, aquilo que queremos: saber que realmente evoluímos sem pôr em causa os nossos princípios. Os princípios são parte importante do crescimento, talvez seja necessário sabermos na realidade o que queremos para nós, e ficarmos fiéis a esses princípios, seguindo mentalmente o que queremos.
Crescer é deixar a fase do jovem adulto/velho adolescente para trás, esquecer os casos que tivemos, as raparigas com quem andamos enrolados (sejam quantas forem), é ser fiel àquilo que somos, tirar os sonhos da mente e começar a construí-los, é trabalhar para poder usufruir, é respeito, é lealdade, é verdade, é reconhecer a beleza das coisas sem que isso nos leve necessariamente conhecer intimamente seja o que for, é ser livre e independente com responsabilidades. É amar com todas as letras independentemente da situação em que estamos, respeitar o amor que temos por alguém e ter a pequena esperança que um dia o amor nos bata à porta de volta. É o que eu quero.
Quero crescer mais, tomar as decisões certas, e ter o poder de selecção sobre aquilo que quero ser, e como o quero fazer. Quero crescer para me conhecer, e poder ser aquilo que As pessoAs que amo QUERem, e ter esperança sem grandes expectativas criadas.*

quinta-feira, junho 03, 2010

Duas histórias que se cruzam.

Eles eram ambos bastante conhecidos. Mas eram conhecidos por razões bastante diferentes. Ela era a diva, a Grace Kelly lá do sítio, sempre cheia de si, com muita confiança e sabendo já o que queria para si num futuro, incluindo aí um amor puro e verdadeiro que procurava faz tempo já tinha bastante "Grace" à frente da Kelly que era sua. Ele era o artista lá do sítio, um Peter Pan, que vivia escondendo-se em relações não muito duradouras umas verdadeiras com tudo o que se procura e outras nem tanto assim, mas vivia bem, num mundo de ideias frágeis e pessoas que eram também de vidro, ele era Peter por inteiro que vivia num mundo muito "Pan" de primário.
A verdade é que apesar das diferenças notórias completavam-se bem, o amor era notório e a paz era tudo o que se via no amor destes dois caracteres. As pessoas não perceberam que ele eram um cancro e que nunca na vida ia conseguir corresponder às expectativas que sobre ele foram criadas. Isto porque ele foi criado e cresceu o pouco que cresceu rodeado de pessoas que nunca lhe deram o melhor que tinham. Foi andando com essas pessoas de um lado para o outro não sabendo que estava a perder o melhor de si. E assim se começaram a descobrir os erros e asneiras dele, eram mentiras, eram omissões, era tudo de mau um pouco do que podia haver. Ele continuava a não perceber o que é necessário para ser melhor, e foi metendo o pé em caminhos movediços que acabaram por o levar à ponte de tábuas soltas. Quando foi preciso provar a si mesmo que conseguia fazer tudo o que lhe pediam meteu o pé em falso e escorregou, caiu num abismo profundo, ficando cheio de mazelas e com os seus males todos a decoberto.
Ela ficava simplesmente cheia de raiva todos os dias com tudo o que se tinha passado. Ela ergue-se e voltou a colocar uma muralha onde dantes existia um coração para ele, ficando hiper-magoada e sem caminho de volta. Apagou com uma borracha o passado e decidiu esquece-lo. Para sempre. E fez com que ele se tornasse indiferente.
Hoje ela vive num caminho feliz, ajudando quem precisa, e completa espiritualmente.
Ele continua um falhado, sem saber o que fazer, sem perceber, encostado à berma do abismo. A chorar.