quarta-feira, janeiro 14, 2009

O indivíduo #1

Um pouco de muito e muito sobre pouco.
As ideias teimam em não surgir, surge uma voz na cabeça que diz que há qualquer coisa mal, que o indivíduo diz que não estará a tomar a melhor atitude nos seus actos constantemente, que os seus pensamentos não saem puros como ele gostava que saíssem.
Pensa que a vida não será mais que uma grande melodia de Mozart, em que se sobe muitas vezes por pequenos degraus e pequenos passos, e se cai igualmente da mesma forma.
Pensa que a vida pode ser Alban Berg, recheada de pequenos pontos, que não tem ligação entre si, e que fazem parte duma coisa maior, e que avulsas são igual a pouco.
O indivíduo pensa na beleza e sensibilidade da música de Debussy, que é inovadora para as pessoas, com ideias nunca antes vistas, que primam pela beleza e descrição das paisagens da vida.
Pode ser Varése com pedaços de metais, e de rua a cair, com a tenacidade das serras eléctricas a cortarem vigas de ferro, com carros a tocar com pouco subtileza, ou o som de charcos de água explorados por crianças.
O indivíduo identifica-se em John Cage sobretudo pela sua maneira de criar música a partir do seu silêncio e do barulho das outras pessoas, acredita que para se impor apenas tem de ficar no sítio e esperar que as pessoas discutam até repararem nele, o indivíduo capaz da criação. ("4:33m").
O indivíduo não é mais que um ser humano normal, quer apenas ser feliz o resto da sua vida, com o mínimo de preocupações e com o máximo de alegrias possíveis. Não passa de um ser-pensativo, que não sabe bem o que pensar, e que se calhar por isso, apenas pensa demasiado nas coisas que quer que não aconteçam, e na maneira como quer projectar o seu futuro nos outros.
O individuo não é perfeito, longe disso. O indivíduo é ele próprio, mas com uma embalagem cheia de significados através de outros compositores, e todo a sua vida se baseia em reinterpreta-los. e ser feliz.

2 comentários:

Maria Rita disse...

Gostei tanto deste pensamento! Gostei especialmente da parte de John Cage :). Sabes que isto tem mesmo a ver contigo, a tua vida é a música, a boa música, e há sempre como fazer com que ela se mergulhe na tua vida. Tu sabes que eu fiquei rendida a Fauré, e sabes o que sinto com aquelas obras de arte. Talvez seja ele o melhor paralelo da minha vida neste momento. Mas, num registo diferente, também me perco facilmente em qualquer música de Yann Tiersen que me faz percorrer e imaginar o mundo inteiro e unido nuns escassos minutos.

E os teus pensamentos saem sempre puros. Ou fazem tudo por sair. Tu sabes ser coerente, sabes respeitar e consolar. Sabes ser o amigo. Sabes evoluir e aceitar os erros. E eu tenho orgulho desse teu coração. Mesmo. E, juntos, vamos tentando ser melhores e mais puros.


<3

Joana disse...

Se toda a vida se basear nisso... é bom, muito bom!

Concordo com a tua menina, o John Cage... ai! Mas os outros, cada um terá sido o John Cage de alguém, alguns, muitos, nas suas épocas. ;)

Não sei se vos dá muito jeito porque calha ao Sábado, mas 'aquilo' vai mesmo para a frente :)))))))

Lançamento dia 31 de Janeiro pelas 21h 30m, mas mando-te já um mail com as infos todas.

Jinhos.