terça-feira, março 25, 2008

Vinicíus de Moraes #2

Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim.

Vinícius de Moraes

quinta-feira, março 13, 2008

"Diário de um príncipe"

"12 de Março, (sim, todos os bons textos de amor começam com este chavão da data), sou um príncipe que vivia isolado no seu próprio mundo, longe de tudo o que é importante para as pessoas se sentirem felizes, os seus amigos, a sua família, o seu cheiro de casa, os seus sentimentos, sim os sentimentos, sentimentos eu nem sequer sabia que possuía...vidas.
Eu sentia a falta de algo. Sim, era isso, o elemento chave, aquele que nos faculta a derradeira sensação de toque celestial nas nossas vidas terrenas e que nos fazem sonhar com toques tirados de Midas. Toques não para ser Ouro, mas toques de Amor, o amor que nos move para a fronteira do imperioso, daquilo que necessitamos para seguir o nosso caminho.
Falta a princesa, aquela com quem sonho todos os dias. Sinto que ela me pertence, mas não sei onde a posso ir buscar. Encontrá-la é um objectivo, sentir o toque sedoso do início da idade da responsabilidade. O toque sedoso, aquele da sua cara, sentir as mãos frias de amor para dar, mãos débeis mas com poder sobre mim, poder para me fazerem sentir como o mais pobre dos aldeões.
Sinto saudade dela, já em tempos não distantes estivemos bem juntinhos, o calor humano dos nossos abraços enchia quem estava em nosso redor, a transmissão de carinho, com o simples olhar. A sua ternura me envolvendo, vivo para ela, como se os sinos do campanário não fossem mais tocados, sentindo o perfume da sua pele me envolvendo, desejo a todo o custo reencontrá-la. Ela hoje faz dezoito anos, mas hoje não é dia de luta. Hoje é dia de planeamento, o reencontro fica para daqui a dias.
O Príncipe."

segunda-feira, março 03, 2008

Bolsinho...


Penso no meu bolsinho...
Penso no que ficou dos últimos tempos...
Penso na Mariana, uma pessoa bonita que ainda hoje "amo", importante para eu crescer...
Penso no que pode vir a ficar...
Penso na Princesa, no sorriso imaculado...

Os meus amigos não esqueço, vi-os este fim-de-semana que passou a quase todos, sabem o quanto sinto a falta deles, o quanto me custa não passar mais tempo com eles naquela esplanada pequena mas cheia de vida, a minha terrinha. Passar tardes e noites a falar, a jogar, a dançar, que vontade enorme do Norte, do calor, da afeição, da simpatia, da hospitalidade, dos IMPACÁBEIS...

O meu bolsinho é o meu mundo, quer dizer não o meu mundo, mas antes o que vai ficando dentro dele, os amigos as pessoas. Tiro dele o que não preciso, e ponho quem não quero perder, aqueles que ficam dentro dum antro de saudade enaltecido pelos momentos que os fazem únicos, pelos momentos que eles me tomam, sentado eu numa cadeira de pensamentos esvoaçantes, aqueles momentos em que ficamos desarmados e só pensamos no que perdemos, ou o que podemos tar a perder, mas nesses momentos encontramos o poder e a vontade de seguir o futuro com eles no bolsinho encarnado.

O nosso mérito consiste não em fazer novos desafos, mas encontra-los. A vida é um trilho pedregoso, com altos e baixos e só se safam aqueles com capacidade de despertar o melhor das pessoas (assim espero eu).


Quero entregar-me ao meu *sorriso*, trocando olhares longos e inesperados, fazendo jogos parvos, olhares desconcertados sem nexo mas com passado, o olhar do olhar para trás e descobrir novas sensações.


"SONNET XLVII" By Sir William Shakespeare


Betwixt mine eye and heart a league is took,
And each doth good turns now unto the other.
When that mine eye is famish'd for a look,
Or heart in love with sighs himself doth smother,
With my love's picture then my eye doth feast
And to the painted banquet bids my heart.
Another time mine eye is my heart's guest,
And in his thoughts of love doth share a part.
So, either by thy picture or my love,
Thyself away [art] present still with me;
For thou [no] farther than my thoughts canst move,
And I am still with them, and they with thee.
Or, if they sleep, thy picture in my sight
Awakes my heart to heart's and eye's delight.



(Texto sem grande conexão, mas com sentimento.)