quarta-feira, novembro 11, 2009

A minha música.

Sinto que a minha música é algo especial, não para toda a gente, mas para mim. Não importa qual seja o seu estilo, seja música contemporânea, música clássica ou música portuguesa, sinto que essa música para mim significa algo mais que algumas notas encadeadas para atingir um certo deleite auditivo.
A minha música dá-me vontade de viver, vontade de sentir, de experienciar todos os momentos que ela me dá, usufruir disso como um bem único, que será sempre irrepetível. Aos ouvidos exteriores pode não ser assim tão agradável, tão rica, e tão cheia de vida como eu a quero fazer sentir, mas para mim é isso sempre que quero atingir, uma oportunidade de ouvir cada nota, cada articulação, cada respiração e cada movimento de pulso como se um desporto olímpico se tratasse dada a sua perfeição colectiva de conjugar mais do que uma simples tarefa, para tentar com que soe bonito.
Não é só uma expressão artística, não é só um hobby, não é só trabalho, a minha música é tudo isso, mas é ainda muito mais, a minha música é uma forma que eu tenho de comunicar com as pessoas, a minha música sou eu, nem mais nem menos, conseguindo fazer ver a minha personalidade a partir do simples momento em que levo o meu instrumento aos lábios. Cabe a mim dar vida todos os dias à minha m+musica que me apaixona e que me leva em busca da perfeição inatingível dia após dia, após cada sucesso e cada insucesso, continuar a lutar para que ela seja ouvida, apreciada e avaliada.
O que toco passou a ser mais do que uma aventura mecânica do meu corpo, e do meu cérebro. Passou a ser uma fonte de sentimentos há já bastante tempo, mas cada vez me apercebo mais que eu e o meu trombone somos inseparáveis, ele tornou-se no meu escape ao meu mundo real, um escape emocional, onde descarrego as frustrações sentimentais e a felicidade, sentimentos ambíguos mas igualmente capazes de ser “tocados”.
Tornei-te mais criativo com aquilo que posso fazer, a partir do momento em que consigo ver em que posso melhorar, em que posso me pôr em pé de igualdade com outros sons e outras interpretações do instrumento em sim. Sei que terei na minha música um largo e enorme espaço criativo, onde posso descarregar tudo, desde atitudes de auto-destruição e de impotência enraizadas em mim, até ao júbilo mais esplendoroso que se pode ter.
"Eu nasci com a música dentro de mim. Para mim ela é tão necessária quanto a comida ou a água." Ray Charles.

Indeed.*